Isso mesmo, esse foi o valor que o Brasil importou, um recorde, mais de $ 1,1 bilhão de dólares em peixes, crustáceos, moluscos, etc. E suas preparações no ano de 2011.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no ano de 2011, foram mais de 300 mil toneladas de pescado importadas passando de USD $1,1bilhão, comparados com USD $714.980.714 importados em 2009, e USD $1.001.432.125 em 2010, nota-se que estamos aumentando nossa importação, um absurdo para um pais continental e com tantos recursos.
Sou de uma época onde se tratava do peixe com ração farelada em tambor, inacreditável, mas foi assim que começamos, assisti a introdução da ração estrusada no mercado brasileiro e a expansão da produção de alevinos para dar base de sustentação na aqüicultura, isso no inicio da década de 90 quando iniciamos neste mercado que na época já se mostrava promissor.
Vi todo o desenvolvimento da atividade e a formação da cadeia produtiva no Brasil passando pelas dificuldades na geração de tecnologias de reprodução das espécies nativas, produção em escala, processamento e abertura de mercado.
Hoje considero os piscicultores como heróis, pois são mais de 20 anos lutando para a formação de uma estrutura que possa levar ao consumidor brasileiro um produto produzido em fazendas de criação, com um novo conceito.
Recentemente o governo criou o Ministerio da Pesca e Aquicultura e a atividade passou a ser reconhecida não só pelo seu potencial produtivo, distribuição de renda, mas também na importância estratégica para o país como fonte produtora de divisas e alimento.
Ações como essa são um divisor de água para a atividade, mas, ver nosso país importar uma cifra dessas é lamentável, somos um dos maiores produtores mundiais de matéria prima para alimentação dos peixes sendo que estes produtos representam de 60 a 70 % dos custos, além de clima favorável, áreas e água para produção.
Precisamos caminhar urgentemente para uma aqüicultura em escala para sermos competitivo com o mundo. Não existe milagre, ou produzimos mais a preços e qualidade que o mercado esta disposto a pagar, ou importaremos cada vez mais pescados.
Fica aqui meu ponto de vista, de uma atividade que considero como a quarta fronteira na produção em escala de proteína para a humanidade, com condições de produzir alimento, gerar riqueza, distribuir renda e criar tecnologias para um país continental como o nosso Brasil.
Fonte: Redação Grupo Águas Claras