Muitos peixes irão sumir de águas tropicais até 2050, de acordo com estudo da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, divulgado na semana passada, que examinou o impacto da mudança do clima em seu comportamento.
O estudo identificou áreas do oceano onde ocorrerão extinções de peixes locais e descobriu que mudanças de temperaturas irão levar mais espécies para as águas do Ártico e Antártica.
Utilizando os mesmos cenários do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), os pesquisadores projetaram uma migração em larga escala de peixes marinhos e invertebrados. No pior cenário, onde as águas oceânicas vão esquentar 3ºC até 2100, peixes poderão deixar seus habitats a uma velocidade de 26 km por década. No melhor, com aquecimento de 1ºC, a migração seria de 15 km por década. Isto é consistente com as mudanças nas últimas décadas.
“Os trópicos serão os perdedores,” afirmou na sexta-feira William Cheung, co-autor do estudo publicado no ICES Journal of Marine Science. “Esta área tem uma alta dependência de peixes para nutrição. Vamos assistir a uma perda das populações de peixes que são importantes para as comunidades nestas regiões.”
O estudo sugere outras implicações. Se as espécies examinadas (802 delas, comercialmente relevantes) se movem para os polos, isto cria novas oportunidades nestes locais, com a abertura de habitats. “Porém, isto vai desarranjar as espécies que lá vivem e aumentar a competição por alimentos,” disse Miranda Jones, principal autora do estudo.
Não se sabe como as espécies invasivas vão interagir com as nativas, mas a invasão provalmente criará problemas para a administração internacional dos estoques de peixes, que saem de fronteiras atualmente estabelecidas. “A migração pode desestabilizar acordos existentes entre países,” afirmou Cheung, de acordo com o International Business Times.
Fonte: http://viajeaqui.abril.com.br