A partir do ano que vem, criadores de pirarucu em cativeiro de São João de Pirabas, no nordeste do estado, resolverão um dos grandes problemas da atividade: a identificação do gênero de cada peixe por meio de análise de DNA, já que os machos e as fêmeas da espécie não apresentam anatomia externa que garanta a diferenciação visual, o que atrapalha a formação programada de casais, a reprodução de alevinos e o controle da despesca.
Os exames de laboratório serão subsidiados em mais de 90% por uma parceria pioneira entre o escritório regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) de Capanema, em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). O procedimento é simples: a barbatana é raspada suavemente, sem prejuízo à qualidade da carne, o peixe recebe um chip e o resultado sai em poucos meses.
De acordo com o supervisor regional da Emater em Capanema, o engenheiro agrônomo Jairo Eiras, a formação de casais é fundamental para a expansão e profissionalização da criação de pirarucu em cativeiro: “Casais são capazes de se manter procriando por mais de 20 anos. É muito complicado a atividade comercial depender da formação de casais ao acaso”, explica. A iniciativa poupará os piscicultores da compra de alevinos. Hoje em dia, a maior parte precisa importar do Ceará, a um custo individual de R$ 20 e uma perda que beira os 75% durante o transporte até o Pará.
O projeto-piloto está sendo implantando na Fazenda Nim, do agricultor Sérgio Lindermann, atendido pela Emater há mais de uma década. São 25 tanques escavados e seis suspensos, totalizando mais de três mil pirarucus. A primeira reunião entre o agricultor e pesquisadores da Emater e da Ufra aconteceu no último 17 de dezembro. Em janeiro, o processo de coleta de material genético já deve ser iniciado.
Fonte: http://www.agenciapara.com.br