MANAUS – Um é bastante conhecido na culinária, o outro é tem importância turística e econômica no Amazonas. Os peixes cardinal e tambaqui serão mais impactados com as mudanças climáticas. A avaliação é do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Val. O pesquisador apresentou resultados do projeto Adapta durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Segundo o pesquisador, o cardinal teve alto índice de mortalidade quando exposto a condições serenas de mudanças climáticas conforme cenários do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, siga em Inglês IPCC. O cardinal é uma espécie de peixe ornamental e tem importância significativa na economia do município de Barcelos, interior do Amazonas.
No caso do tambaqui, as mudanças climáticas afetarão a produção. “O tambaqui vai crescer menos. Isso impacta na economia e teremos menos proteínas para alimentar a população. Com essas espécies que temos neste momento podemos afirmar que as mudanças climáticas vão diminuir a produção de tambaqui. Agora o que pode ser feito é trabalhar em uma proposta de melhoramento genético”, afirma.
Para chegar aos resultados Val e uma equipe de cientistas usam salas temáticas chamadas de microcosmos onde são simuladas as temperaturas previstas pelo IPCC. Nestas salsas, situadas na sede do Inpa em Manaus, os pesquisadores submetem os peixes aos ambientes simulados nas salas para avaliar como eles reagem.
Outros resultados
Além dos dados apresentados sobre o tambaqui e o cardinal, as pesquisas realizadas nos microcosmos do Inpa já obtiveram, em cinco anos, resultados significativos. Experimentos feitos nas salas do microcosmos demonstraram que em altas temperaturas os mosquitos transmissores da dengue e da malária se reproduzirão mais rápido. Os resultados foram descritos pelo pesquisador Wanderli Tadei, do Grupo de Malária e Dengue, do (Inpa) no ano passado.
No caso das plantas, um estudo da pesquisadora do Inpa Maria Tereza Piedade divulgado no ano passado, revelam que as plantas em áreas alagadas submetidas a elevadas temperaturas e alta concentração de CO2 (gás carbônico) foram completamente infestadas por ácaros ou pragas. Com base nos dados gerados pelos Microcosmos, os cientistas poderão criar mecanismos de mitigação com base nos dados gerados a partir das pesquisas.
Adapta
O Adapta é um projeto ligado aos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) do Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e representa uma rede de atividades de Biologia Aplicada e tem como proposta buscar um novo momento no estudo das Adaptações de organismos aquáticos da Amazônia por meio da incorporação de novos equipamentos, da estruturação de um serviço de bioinformática, da capacitação de pessoal em todos os níveis além da produção de livros paradidáticos sobre os estudos. O projeto Adapta possui financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Fonte: http://portalamazonia.com