SÃO PAULO (Reuters) – O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Espírito Santo vão iniciar na noite desta quinta-feira uma operação com o apoio de pescadores e entidades ambientais para a coleta de peixes do Rio Doce, em Colatina (ES), para evitar a extinção de 100 por cento das espécies que habitam o leito do rio com a chegada da lama das barragens da mineradora Samarco, que romperam na semana passada em Mariana (MG).
A operação, denominada “Arca de Noé”, contará com apoio operacional da Samarco, uma joint venture da brasileira Vale com a anglo-australiana BHP Billiton. Os animais serão levados para lagoas em Colatina e em Linhares (ES) e, possivelmente, locais próximos a uma hidrelétrica em Baixo Guandú (ES).
“A ideia é de que o trabalho de recolhimento dos peixes se inicie ainda na noite desta quinta-feira, 12 de novembro, uma vez que a lama está prevista para chegar a Colatina neste sábado e o trabalho terá que ser feito antes disso. Um funcionário da prefeitura deverá acompanhar os trabalhos”, informou o MPF em comunicado.
“Como ainda não há uma análise completa da presença de metais pesados na água do Rio Doce, não há certeza de que os peixes estão ou não contaminados. Além disso, os órgãos ambientais não autorizaram a pesca indiscriminada, tendo ficado permitidos apenas o resgate e a soltura dos animais em locais predeterminados.”
O rompimento de duas barragens da Samarco em Mariana deixou ao menos oito mortos, mais de 20 desaparecidos e centenas de desabrigados. A enxurrada de lama destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e contaminou o Rio Doce.
A lama com rejeitos da mineração está descendo o rio e atingindo outras cidades, o que compromete o abastecimento de água em municípios de Minas Gerais e Espírito Santo.
Também nesta quinta, a presidente Dilma Rousseff responsabilizou a Samarco pela tragédia e anunciou uma multa “preliminar” de 250 milhões de reais à companhia.
Fonte: http://noticias.r7.com