Além de peixe, alunos de colégio agrícola aprendem a criar camarão

O Colégio Estadual Agrícola Adroaldo Augusto Colombo, em Palotina, Oeste do Paraná, ampliou as práticas da atividade de piscicultura para oferecer mais conhecimentos e oportunidades de melhoria de renda aos alunos do curso técnico de Agropecuária. A escola, que pertence ao Governo do Estado, introduziu a criação de crustáceos (carcinicultura) nos tanques onde são criadas tilápias.

“A ideia de criar camarão surgiu para aproveitar as estruturas existentes na escola para criação de peixes e que servem como áreas de estudo para os alunos. Eles mostraram um grande interesse no assunto”, destacou a professora Vanessa Piovezan, responsável pelo projeto no colégio.

O professor Alan Gonçalves explica que policultivo, no caso peixes e camarões, é uma maneira de incrementar a rentabilidade de uma criação. A presença do camarão agrega valor à piscicultura. “A tilápia produz bem. Com o camarão ela cresce melhor, porque há melhor oxigenação da água do tanque. É uma questão de sustentabilidade”, diz o professor.

Atualmente, os peixes produzidos na escola (em torno de 400 quilos) servem para pesquisa e para consumo interno. Os próximos passos são produzir um maior volume de carne de camarão e processar a sua carapaça, que serve de base para produtos da indústria farmacêutica e de cosméticos porque contém quitosana. O colégio estima produzir de 40 a 50 quilos do crustáceo.

NA PROPRIEDADE – Os alunos ainda podem se beneficiar do que foi aprendido para auxiliar na propriedade rural da família e melhorar a renda. Muitas famílias já trabalham com a criação de peixes. “É uma aprendizagem, na teoria e na prática, que serve para se ter um lucro, caso se tenha interesse em investir nessa produção”, afirmou Vivian Kaufert, 15 anos, estudante do 1º ano de Agropecuária.

Para seu colega de curso Thalysson de Azevedo, 15 anos, aprender sobre a nova criação vai para ampliar as possibilidades do mundo do trabalho. “O conhecimento é importante. Você precisa estar preparado para responder a todas as perguntas que as pessoas podem fazer”, disse.

A região Oeste tem condições naturais para o desenvolvimento da carcinicultura, pois possui solo apropriado, água abundante, suficiente quantidade de chuva, temperatura adequada. Toledo, Maripá, Cascavel, Palotina, entre outros municípios da região, já contam piscicultura desenvolvida. “É uma cultura que pode ajudar na atividade comercial, é algo novo para a região”, diz a estudante Isabela Sutil, 14 anos.

CRIAÇÃO – A criação do camarão é feita durante a primavera e o verão, uma vez que o animal não tem resistência a baixas temperaturas. Os demais meses do ano servem para reorganizar os tanques.

As larvas, compradas de uma instituição de ensino superior, são colocadas nos tanques onde são criadas as tilápias. As larvas só se desenvolvem em água salgada e são originárias da Malásia, país do Sudeste Asiático.

O camarão ainda contribui na questão ambiental. “Ele só sobrevive se as condições da água estão boas. É um indicador de qualidade. Além disso, ajuda a limpar a água, melhorando sua qualidade”, explicou a professora Vanessa. Todo mês os alunos realizam um estudo de biometria para verificar como está a água do tanque.

CURSOS TÉCNICOS – As inscrições para os cursos técnicos em nível médio oferecidos pela Secretaria de Estado da Educação iniciaram segunda-feira (16) e terminam na sexta-feira (20). Os cadastros devem ser realizados nas próprias unidades escolares que ofertam cursos técnicos.Pousada Villa Balangan fone

As inscrições podem ser feitas por meio da internet apenas em Centros Estaduais de Educação Profissional (CEEPs) e em Colégios Agrícolas Estaduais. São 61 cursos técnicos profissionalizantes, em 353 estabelecimentos de ensino, em 183 cidades.

Veja as opções de cursos técnicos na rede estadual:

Fonte: http://www.aen.pr.gov.br