A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) reuniu mais de 70 representantes da pesca, da aquicultura e da carcinicultura (criação de camarão) para ouvir as demandas do setor e discutir a adoção de medidas que visam a conferir maior competitividade ao setor, aumentando a produção de pescado e estimulando o consumo interno.
Kátia Abreu dedicou essa quarta-feira (26) a uma ampla rodada de reuniões para conhecer melhor as necessidades dos criadores e elaborar projetos em benefício do setor. A ministra pretende dedicar atenção especial ao assunto neste momento em que a pesca e a aquicultura foram englobadas ao Ministério da Agricultura.
A fim de acompanhar de perto e em detalhes as atividades de cada setor, a ministra anunciou a criação de três câmaras setoriais, uma para a carcinicultura, uma para a pesca e outra para a aquicultura. Futuramente, as três poderão se fundir.
Demandas
O setor de pesca levou o pleito pela ampliação do prazo de um ano da renovação das licenças das embarcações e pediu maior agilidade na certificação das exportações. Os criadores afirmaram que a pesca no Brasil carece de políticas estruturantes que a consolidem como uma atividade do agronegócio, com maior divulgação e incentivo ao Plano Safra da Pesca e Aquicultura e melhor ordenamento pesqueiro.
Já os representantes da aquicultura afirmaram que o maior gargalo é a regularização da atividade, o que implica dificuldade de acesso a crédito. Além disso, a cadeia de comercialização de pescados no Brasil, de acordo com os criadores, é mal estruturada, impedindo o país de assumir o papel de grande produtor e exportador. O custo de produção é elevado e torna o produto nacional pouco competitivo frente aos importados, principalmente da Ásia.
Novas reuniões serão marcadas a partir de 2016. “Vocês tenham certeza de que esse ministério está do lado de vocês, do lado da produção nacional e que faremos todo o possível para ajudar o setor. O Brasil tem pela frente um bonito desafio, que é alavancar a piscicultura”, disse.
Competitividade
Para Kátia Abreu, o país tem potencial para aumentar sua produção e passar de importador de pescado para grande exportador. “Temos 12% da água doce do planeta e 8,5 mil quilômetros de costa marítima, mas importamos peixe. Isso não pode ser aceitável. Podemos e devemos contornar essa realidade”, disse aos criadores.
O Ministério da Agricultura trabalhará em prol da competitividade do setor, com foco na desburocratização de processos, sanidade e inocuidade dos alimentos e pesquisa e inovação. “Queremos ser grandes produtores e exportadores de pescado, assim como já somos de outras proteínas animais. O caminho para isso é investir em defesa agropecuária, pesquisa e tecnologia e modernizar nossos processos”, afirmou Kátia Abreu.
Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br