Uma operação de translocação de dois peixes-boi mobilizou 40 técnicos do Projeto Peixe-Boi durante toda uma madrugada. Os machos Netuno e Zoé começaram a ser transferidos da base do Projeto Peixe-Boi, na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco na noite de segunda-feira (7), chegando ao recinto de adaptação no leito do Rio Tatuamunha, em Porto de Pedras, no Litoral Norte de Alagoas na terça-feira (8) de manhã.
Os animais foram trazidos em dois caminhões do tipo Munk – automóveis com guindastes. Eles devem ter destinos distintos. Netuno, que tem 25 anos de idade e cerca de 420 quilos, deve permanecer no cativeiro pelo resto da vida. Já Zoé passará por um período de adaptação no recinto e deve ser solta na natureza em um ano.
Netuno deve permanecer em cativeiro por não ter capacidade de sobreviver solto na natureza.
De acordo com a coordenadora do Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA), Fábia Luna, o peixe-boi viveu em cativeiro desde que foi resgatado ainda filhote, na Praia do Sagi, no Rio Grande do Norte, no dia 13 de janeiro de 1991.
Netuno é o maior reprodutor de peixe-boi marinho em cativeiro no Brasil e participou da reprodução de todas as seis fêmeas do plantel de visitação em Itamaracá. O macho – sempre dominante- foi separado das fêmeas para evitar o cruzamento do animal com outros peixes-boi da sua linhagem. Mas, com a mudança, o animal passou a apresentar comportamento depressivo e perda de peso.
Por conta disso, Fábia Luna conta que a mudança de Netuno para Porto de Pedras foi necessária. De qualquer forma, o animal deve permanecer isolado porque alguns dos indivíduos soltos no litoral alagoano são seus filhotes.
Como ele não tem capacidade de voltar para a natureza, principalmente pela grande afinidade com as pessoas, ele deverá permanecer no recinto, onde estará seguro.
Sua estadia no cativeiro será utilizada para trabalhos de educação ambiental.
Fonte: http://www.tribunahoje.com/noticia