Gosto de fazer uma pescaria de tilápias com iscas artificiais, seja ela qual for a raça. Com a Deconto Spinner Varejeira, que pode ser encontrada em três tamanhos, com pesos entre 0,5 g a 1,1 g, e com o auxilio da boia de arremesso também da Deconto, a operação de arremesso fica algo simples. Seja com molinete ou mesmo com carretilha, pois as boias também são vendidas em três tamanhos: nº 1 – 10 cm e 6 g; nº 2 – 12 cm e 9 g e nº 3 – 14 cm; e 12 g.
Nas primeiras tentativas, tudo é difícil, pois tudo está cercado de dúvidas e temos que descobrir sozinhos. Existem algumas artimanhas, que, para serem desvendadas, só mesmo pescando e aprendendo. É desse modo que se obtêm bons resultados. Assim foi comigo. As primeiras ações, as primeiras capturas são algo incrível e muito animador. Sem dizer da grande alegria, pois no íntimo a gente pensa “eu te pequei, eu te enganei”.
Uso o caiaque Safari da Brudden, que é excelente para pescar em pé. Emprego o molinete Saint Netuno 1000, carregado com linha multifilamento Crown Fiber Flex de 0,18 mm e líder de 0,29 mm, e o fluorcarbono Max também da Crown, montado em vara de molinete Saint J Feeling 631 SP 6’3″, para linhas de 4 a 12 lb.
Basta ir remando silenciosamente, pois as tilápias são muito ariscas. Elas têm que ser surpreendidas. Além de tudo, o pescador deve estar ciente de que pesca com imitação de inseto e não de peixes forrageiros. Com isso, vejo como fator primordial os arremessos longos e velocidade de recolhimento lento, sendo que em certas ocasiões paradas dão certo.
Mas pude perceber que a forma produtiva foi recolhimento contínuo e lento, o que me levou a preferir o molinete, pois a empunhadura fica agradável, além da relação, que no Netuno é de 4.7:1. Ainda gosto de deixar ponta de vara à meia altura ou para o céu. Quando perceber a tilápia atrás da isca, continue o recolhimento, não aumente e não dê paradas.
Algumas tilápias, ao serem capturadas, nos fazem pensar em outras espécies, que têm semelhantes força e valentia, pois exemplares médios já dão canseira no pescador com tomadas de linhas incríveis. Um verdadeiro show!
No final da tarde, elas ficam bem mais ativas, acre- dito que devido à eclosão de várias espécies de insetos. Por conseguinte, a pescaria e a atenção têm que ser intensificadas. Os arremessos devem ser perpendiculares ao barranco, de velocidade lenta e correta; os ataques na superfície e o “engate” serão inevitáveis.
É incrível! E com as tomadas de linha, ali o pescador se sente realizado, e lembro que ainda é possível vez ou outra entrar um tucunaré, uma traíra ou até mesmo um pacu. Mas isso fica para uma próxima matéria.
Montagem
Por estar com equipamento leve, mencionado anteriormente nesta matéria, optei pela boia número 2 e varejeiras 0 e 1. A maneira correta de amarrar a linha principal na boia é sempre na sua parte mais fina. E na parte mais grossa sai a linha, que irá se unir à isca. Eu usei uma Crown Titanium HPP 0,26 mm monofilamento.
O tamanho da pernada entre boia e isca é de 10 cm maior que o cumprimento total de sua vara. Com isso, terá uma apresentação melhor da isca no momento da caída na água e também na tração, pois ela estará bem para trás da boia, que dá tempo de a tilápia chegar.
Uma dica para se dar bem: fique atento e trave o arremesso um pouco antes da boia tocar na água, ou até perceber que a pernada que vinha atrás da boia imediatamente toma a dianteira fazendo uma bela caída. Sendo assim, a apresentação será perfeita e o risco de a linha embolar no ar.
Deixe o rolo de mono e uma boa tesoura à disposição e não tenha preguiça de fazer pernadas novas.
Fonte: http://revistapescaecompanhia.com.br