Previsibilidade e constância são dois fatores essenciais para manter a peixaria de um varejo em funcionamento pleno. A afirmação é do responsável pelo Varejo Alimentar e Multivarejo da rede de supermercados Pão de Açúcar, Rafael Guinutzman. O especialista foi um dos palestrantes do 1º workshop Inserção da Aquicultura no Agronegócio, realizado pela Comissão Nacional de Aquicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), nesta quarta-feira (05/10), na sede da instituição, em Brasília.
Segundo Guinutzman, o consumidor quer encontrar o pescado sempre quando vai ao supermercado. A aquicultura, por meio do peixe de cultivo, deve possibilitar essa frequência. “O abastecimento constante é o fator chave no negócio. Uma peixaria não sobrevive sem uma continuidade. Isso não ocorre com o peixe de extrativismo. Não há como programar, não tem como ter assiduidade com o consumidor”, observou.
O especialista disse ainda que o peixe de cultivo tem uma menor oscilação de preço, é nacional e livre da oscilação do dólar. “É mais uma vantagem em relação ao peixe de extrativismo, que hoje tem um preço, amanhã pode ter outro, e semana que vem pode nem ter disponível no mercado”.
Hoje, comentou Guinutzman, mais de 50% do negócio da peixaria na rede Pão de Açúcar é o pescado fresco. Para ele, essa é uma tendência de consumo, já que o carro chefe, anos atrás, era o peixe congelado, que tinha uma participação muito maior e o pescado importado se destacava. “Hoje, esse produto não chega nem a 40%. Vem diminuindo a cada dia. O peixe fresco, o de cultivo nacional, está em destaque. O bacalhau seco também mantém certo mercado”, ressaltou.
Dificuldades – De acordo com o especialista do Pão de Açúcar, a peixaria de um supermercado trabalha com produtos perecíveis, precisa transmitir qualidade e confiança ao consumidor. A compra de pescado é feita com frequência e ela precisa ser feita de produtores confiáveis. “É uma área de alto custo para nós. Ainda existe um desafio enorme, temos muita dificuldade de desenvolver a categoria, pois falta mão de obra qualificada, padrão de cortes do peixe nas lojas, gargalo na cadeia logística, poucas alternativas de fornecedores, entre outros”, disse.
Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br