Larvicultura equatoriana sofre com enfermidade; ABCC ganha munição contra importação 

Larvicultura equatoriana sofre com enfermidade; ABCC ganha munição contra importação 

Justo no ano em que o Equador projeta uma produção superior a 400 mil toneladas de camarão e se prepara para ingressar no mercado brasileiro, o fornecimento local de pós-larva enfrenta um sério problema sanitário que dá munição às vozes contrárias à importação, pelo Brasil, do vannamei cultivado naquele país.

Fontes equatorianas citadas por um blog e mensagens pelo WhatsApp enviadas por fontes daquele país advertem produtores brasileiros de que há um problema sanitário de “graves proporções” que estaria dizimando a produção de pós-larvas, principalmente na Península de Santa Elena.

As mensagens e posts citam técnicos para disseminar a informação de que o problema seria uma consequência da infestação por EMS (sigla em inglês para Early Mortality Syndrome, ou Síndrome da Mortalidade Precoce), doença que devastou a carcinicultura na Ásia há dois anos.

Por conta disso, segundo este blog, ao menos três laboratórios teriam sido fechados e colocados à venda, enquanto outros 20 estariam em quarentena para secagem e desinfecção.

A enfermidade e o alcance do problema não foram confirmados à Seafood Brasil pela Câmara Nacional da Aquicultura (CNA) do Equador, mas o presidente da entidade, Jose Antonio Camposano, reconhece que existe um problema sanitário em curso. “Esta é uma questão que registramos quase todos os anos e que, aparentemente, se deve a uma vibriose”, diz.

Segundo ele, isso seria o reflexo do crescimento da indústria nos últimos dois anos. “Houve uma proliferação de novos laboratórios com gente sem experiência e outros, mais antigos, que não observaram biossegurança e cuidados adequados, o que derivou nestes problemas.”

Conforme apurou o portal Undercurrent News, a questão estaria limitada a Salinas, na zona de Mar Bravo , no sudoeste do Equador. Não teria ainda afetado laboratórios em Manabí, Esmeraldas ou mais ao norte. Isto poderia afetar a disponiblidade de larva e, por consequência, penalizar a produção. Camposano, no entanto, assegura que a CNA já atua sobre a questão. “Já estamos trabalhando para solucionar isto.”

Exportações em alta

Apesar do temor sanitário, as vendas externas do vannamei equatoriano continuam em ascensão. De acordo com a CNA, os embarques de camarão cresceram 193% em 9 anos. Entre janeiro e setembro, conforme levantamento realizado pela revista parceira REDES & Seafood, o Equador exportou 15% mais camarão ante o mesmo período de 2016.

Veja ranking das exportações do Equador x países:

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Fonte: http://seafoodbrasil.com.br