Uma boa notícia surgiu do Globefish Highlights, um relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) divulgado nesta semana. A entidade prevê que a produção global de peixes e produtos pesqueiros vá fechar 2017 com um crescimento de 2,3% em 2017.
De acordo com a FAO, o crescimento da renda nos mercados dos países em desenvolvimento na América Latina e na Ásia continua a fortalecer o apetite dos consumidores, aumentando os volumes de importação, além de absorver uma maior proporção da produção doméstica.
O desempenho, melhor que no ano passado, deve-se principalmente ao aumento de 5% da aquicultura em todo o mundo e a recuperação das capturas de anchoveta na América do Sul após o fim do El Niño. A expansão da demanda, no entanto, foi maior do que a produção e elevou os preços de muitas commodities do pescado.
Os preços mais altos para o salmão, camarão, atum, bacalhau, cefalópodes e algumas pequenas espécies pelágicas aumentaram as receitas de exportação para muitos grandes produtores. A receita total das exportações mundiais de frutos do mar deverá aumentar em cerca de 8% este ano em dólares americanos, com base em um aumento semelhante em 2016.
Em particular, a Índia viu o valor de suas exportações de frutos do mar aumentar substancialmente devido à sua posição como um produtor de camarão cada vez mais importante, enquanto os preços melhorados de camarão e atum também beneficiaram vários países da América Central e do Sul.
Enquanto isso, a Noruega, o Chile e o Reino Unido continuam a receber as recompensas da oferta de salmão global. Do lado do mercado comprador, os contribuintes individuais mais importantes para o crescimento do valor comercial são a China, os Estados Unidos da América, a UE28 e o Japão.
O ressurgimento econômico do Brasil e da Rússia, dois grandes mercados emergentes, representará um impulso adicional para agregar demanda de frutos do mar se continuar em 2018 e além. Ambos os países, bem como a economia ligeiramente menor da Argentina, viram a demanda de frutos do mar diminuída pela recessão nos últimos dois anos, e seu retorno a uma trajetória de crescimento positivo é um fator significativo para o crescimento do valor comercial em 2017.
A demanda de frutos do mar é altamente sensível ao aumento da renda, e, portanto, essas tendências econômicas, combinadas com as taxas de crescimento da população, serão os principais determinantes dos futuros fluxos comerciais e padrões de consumo.
Enquanto a América Latina e a África estão aumentando suas partes do mercado mundial em relação aos Estados Unidos da América, EU28 e Japão, é a rápida transformação de grandes setores da população asiática em consumidores urbanizados e de classe média que serão os mais importantes único fator na formação do mercado mundial de frutos do mar por algum tempo por vir.
Demanda firme para tilápia
Ainda de acordo com o Globefish Highlights, só na primeira metade de 2017, aproximadamente 170 mil toneladas de tilápia entraram no mercado internacional. Enquanto os Estados Unidos registraram queda de 15% nas compras do produto, a União Europeia se recupera com preços mais baixos. Já a Ásia e América Latina se destacam com produção crescente principalmente para cobrir a demanda doméstica, com exceção da China.
O país asiático aumentou as vendas externas de filés e peixe inteiro em 7,6% no total na comparação com os primeiros seis meses de 2016. Com a queda do mercado americano, em torno de 70% das exportações chinesas de tilápia inteira foram endereçadas a clientes africanos.
Apesar da diminuição do ritmo, os norte-americanos ainda representam 70% do mercado mundial de tilápia e há espaço para expansão em algumas categorias. A importação de filés frescos de tilápia cresceu 3%, mas os preços caíram para US$ 3,58 a libra (US$ 7,89 o kg).
O estudo traz ainda a abertura de novos mercados para a tilápia, como o Irã e a Rússia. O país islâmico é o quarto maior mercado para o produto, com 6,2 mil toneladas importadas no primeiro semestre de 2017, e os russos são o quinto, com 3,2 mil toneladas. Ambos são abastecidos majoritariamente pela China.
A Ásia exportou 145 mil toneladas de tilápia, um decréscimo de 3,8% na comparação com o mesmo período de 2016. Em torno de 55% das vendas capitaneadas pela China, Indonésia, Taiwan, Tailândia e Malásia (maiores exportadores, respectivamente ) foram de peixe inteiro e o resto de filé.
Fonte: http://seafoodbrasil.com.br