Pescados brasileiros estão proibidos na União Europeia

Relatório é resultado de avaliação feita em setembro em visita ao Brasil

No inicio da semana (20 de dezembro), a União Europeia enviou um relatório ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgando o resultado da avaliação  no sistema de controle da produção de pescado e produtos da pesca brasileiros destinados à exportação.

O grupo realizou uma missão veterinária entre 11 e 22 de setembro no Brasil  e declarou em relatório preliminar:”pela suspensão da emissão e da certificação sanitária internacional para pescado e produtos da pesca destinados à União Europeia de todos os estabelecimentos nacionais a partir do dia 3 de janeiro de 2018″.

PRODUTORES INDIGNADOS

A Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) lamentou a decisão. Em nota, a entidade, que informa que representa mais de 50% da produção brasileira de peixes, diz que houve “falta de atenção” dos órgãos nacionais ligados à aquicultura, o que levou a um “equívoco” da UE de suspender as compras.

“A notícia é ruim, sem dúvida, porém não se pode dizer que seja inesperada ou que tenha sido uma surpresa para as autoridades brasileiras”, comentou a Peixe BR na nota. “Exigimos que o governo federal tome as medidas cabíveis com urgência, para evitar que essa decisão afete outros mercados com os quais temos negócios e prejudique a conquista de novos parceiros comerciais”.

A Peixe BR comenta, ainda, que pelo fato de movimentar pouco mais de R$ 4 bilhões por ano e empregar 1 milhão de pessoas, a piscicultura brasileira, comparada às demais atividades de origem animal, tem “números modestos”.

“Talvez por isso esteja merecendo pouca atenção do governo brasileiro”, diz, criticando ainda as várias mudanças pelas quais o setor passou nos últimos anos na esfera federal. “A criação do Ministério da Pesca, depois a transformação em secretaria especial ligada à Presidência da República, depois repassada ao Ministério da Agricultura, depois levada ao Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria e depois de volta à Presidência da República são exemplos da pouca atenção dada à atividade.

Nesse jogo de forças políticas, esqueceram do básico: cuidar das necessidades elementares da piscicultura brasileira. Há projetos sobre águas da União em análise há mais de uma década; a legislação ambiental cerceia o avanço da atividade em vários Estados; a questão sanitária tem sido pouco considerada na entrada de peixes importados. Isso para dar apenas três exemplos”, comentou a entidade.

Fonte: https://www.correiodoestado.com.br