Produtores de Mato Grosso investem na produção do tilápia, espécie de peixe que tem rápido crescimento e alto nível de rendimento. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 700 propriedades no estado cultivam a espécie.
Há quatro meses, o piscicultor Luciano Flores utiliza o sistema com bioflocos, que são partículas suspensas de microalgas e bactérias agregadas em restos de ração, para a criação de alevinos.
A ação dessas bactérias garante os nutrientes necessários para o desenvolvimento dos peixes, e permite que a água seja reutilizada.
“Com o sistema de bioflocos, nós conseguimos produzir mais quilos de animais por metro quadrado”, disse.
São 150 mil alevinos, que são separados em cinco tanques onde ficam até atingir 60 gramas. Após adquirirem peso, os peixes são vendidos para outros produtores da região. O faturamento por tanque de peixes é de R$ 21 mil, a cada 45 dias.
A estrutura é fechada por telas que protegem os alevinos de predadores, como pássaros e morcegos. A cobertura do local é feita com lona, que auxilia no controle da temperatura.
Se a água estiver em temperatura abaixo de 20° C, os animais param de comer e o crescimento diminui. Se a temperatura estiver superior a 30°C, os alevinos ficam agitados.
O último senso agropecuário do IBGE mostra que, em Mato Grosso, cerca de 700 propriedades se cultiva a tilápia. Somente na região de Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá, são 150 propriedades.
A tilápia é uma das espécies mais procuradas para criação em escala industrial, por apresentar rápido crescimento, grande rusticidade, fácil manejo e alto nível de rendimento.
Em Ouro Branco, distrito de Itiquira, a 359 km da capital, o piscicultor Cássio Henrique Pistori aproveita os 15 hectares com a criação de tilápias no método convencional. São 14 viveiros que rendem 56 toneladas de peixe, a cada cinco meses.
Há mais de 20 anos a tilápia produzida no local é vendida em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
“É uma excelente oportunidade para quem tinha propriedade pequena e quer aumentar o seu rendimento”, contou.
As tilápias dividem os viveiros com pintados e carpas. Essas espécies comem parte dos alevinos das tilápias mais velhas e evitam a superpopulação. A ração é produzida no local, o que gera uma economia de 70%.
Fonte: g1.globo.com