Produtores de Pedra do Anta, na Zona Mata, investem na atividade com assistência da Emater-MG
Uma nova atividade está surgindo no meio rural do pequeno município de Pedra do Anta, na Zona da Mata de Minas Gerais. Em busca de alternativas de renda, agricultores familiares do local começaram, há dois anos, a investir na criação de peixes ornamentais. “Tudo começou com uma palestra sobre piscicultura ornamental para os produtores. Em seguida, promovemos visitas técnicas a outros municípios, além de cursos e assistência técnica para os interessados”, informa o técnico da Emater-MG do município, Ricardo Vitarelli.
Ele conta que a ideia é desenvolver uma atividade que possa reforçar o orçamento das famílias, conciliando com outros afazeres do dia a dia. A agropecuária do município é formada por pequenos plantios de milho e café, além da criação de gado de leite e corte. “A região possui boas condições climáticas para este tipo de criação e os agricultores também estavam precisando melhorar a renda, principalmente os jovens rurais”, afirma o técnico da Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
As criações em Pedra do Anta são feitas em pequenos viveiros, dentro de estufas. A estrutura é de alvenaria, geralmente com 14 tanques revestidos com lona. As espécies criadas pelos produtores são: Molinésia, Platy Red Coral Seta e Kinguio. O trabalho contou com apoio da prefeitura que viabilizou as visitas técnicas e as máquinas para o preparo dos terrenos onde ficam as estufas.
A criadora Geovana Rodrigues começou na atividade no ano passado. Ela trabalhava como professora, mas ficou desempregada. Então participou das visitas técnicas e também fez um curso de capacitação. “Resolvi investir na criação de peixes ornamentais por vários motivos. O primeiro com objetivo de completar minha renda. Como moro no meio rural e sempre tive uma paixão pelo campo, resolvi desenvolver alguma atividade em nossa pequena chácara. Iniciei com produtos caseiros, como polpas de frutas, doces de frutas e conservas, utilizando produtos do meu quintal. Vi na proposta da criação do peixe ornamental a possibilidade de unir uma atividade agradável, em meio a belos peixes, ao aumento de renda”.
Ela conta que a construção da estrutura da estufa e dos tanques ficou por conta do marido. Mas é ela quem cuida do manejo diário da criação. O primeiro investimento foi na espécie Platy Red Coral Seta, mas também está começando a criar a espécie Molinésia. “Embora me depare com alguns desafios ao longo da criação, estou gostando muito da atividade”, afirma.
Já a produtora Leanir Cardoso da Silva está construindo a segunda estufa na propriedade. Ela e o marido começaram na atividade há um ano, também incentivados pelo projeto da Emater-MG e da prefeitura. “Meu marido é aposentado e viemos morar no sítio. Começamos na atividade para aumentar a renda. Minha criação é de Molinésias, negras e tangerina”, conta a criadora.
Cerca de 40 pessoas de 12 famílias estão investindo na atividade em Pedra do Anta. Mas a Emater-MG calcula que, indiretamente, estão sendo beneficiadas 100 pessoas do município. “Os benefícios sociais são muitos, pois não há muita opção de diversificação agropecuária na região. Já os impactos ambientais são irrisórios. As estruturas são pequenas, construídas fora das Áreas de Preservação Permanente (APP) e exigem o mínimo de água”, diz Vitarelli.
Atualmente, a produção aproximada no município é de 4 mil peixes por mês. Mas a tendência é de crescimento, pois ainda existem produtores terminado de fazer as estufas. “A estimativa de renda para uma estufa de 100 m² é de aproximadamente um salário mínimo por mês”, afirma o técnico.
Os alevinos estão sendo adquiridos nos municípios de Vieiras e Patrocínio de Muriaé, ambos na Zona da Mata e onde a criação de peixes ornamentais já é consolidada. Por enquanto, a venda dos peixes produzidos em Pedra do Anta é feita para um comprador do município de Vieiras.
Fonte: https://www.portaldoagronegocio.com.br/