Até o próximo ciclo produtivo, a tilápia está fazendo a alegria dos produtores
Até o próximo ciclo produtivo, a tilápia está fazendo a alegria dos produtores. A demanda superaquecida desde que o varejo se viu reasbastecido em pleno momento das “compras de pânico” torna o alto preço da ração e a falta de disponibilidade de alevinos obstáculoscontornáveis.
O preço dos filés congelados de tilápia frequentemente ultrapassa R$ 35 na ponta nos dias atuais, o que mostra como o produto conseguiu impor seus atributos – sabor suave e ausência de espinhas – sobre as tradicionais opções de filés brancos importados: merluza, polaca e panga.
Na corrida pelo consumidor ávido por produtos saudáveis e que encaixam no bolso, os argentinos, chineses e vietnamitas assistem à tilápia tomar a dianteira no rali e não dispõem de tantos recursos para enfrentá-la.
A disparada do câmbio é o principal obstáculo: com a tradicional barreira dos R$ 20/kg nos supermercados rompida, a competição fica ainda mais desigual. A perda de competitividade dos filés importados é flagrante.
De acordo com os dados da plataforma Painel do Pescado, o volume acumulado de importações desta categoria caiu quase 20 mil toneladas em outubro deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o volume havia sido de 63,4 mil toneladas. Como resultado, a receita despencou 37,5%, apesar de os exportadores reduzirem o preço médio em 15,5%.
Outra análise dos dados compilados pela tecnologia de big data Jubart, no Painel do Pescado, mostram que o desempenho de 2020 no que diz respeito à importação de filés se aproxima do início da década de 2000, quando os volumes ficavam abaixo de 40 mil toneladas.
À diferença daquela época, porém, o preço médio passou para US$ 3,09/kg – 20 anos atrás o preço médio era de US$ 1,90. Isso é muito longe do auge do segmento, em 2013, quando o setor importou 175 mil toneladas a um preço médio de US$ 2,72.