Com o objetivo de fomentar a criação de peixes em Goiás, com ênfase para a tilápia, de grande aceitação no mercado, o governo do Estado e a iniciativa privada se unem e criam um comitê para discutir demandas e soluções para o segmento
Com o objetivo de fomentar a criação de peixes em Goiás, com ênfase para a tilápia, de grande aceitação no mercado, o governo do Estado e a iniciativa privada se unem e criam um comitê para discutir demandas e soluções para o segmento. Outros Estados encontram-se mais adiantados, em especial na Amazônia, e ampliam a comercialização de peixes, sobressaindo o tambaqui e o pirarucu. A proposta goiana tende a oferecer um destino mais promissor aos criadores. Afinal, envolve entidades ligadas à formação, pesquisa, extensão, sanidade, meio ambiente e crédito.
O chefe do Serviço de Projetos de Infraestrutura da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Mapa, Adauto de Souza Almeida, está convencido de que Goiás reúne “todas as condições para ser um dos maiores produtores de tilápia do Brasil”. Entre as vantagens do Estado, enumerou a localização central no território brasileiro, a facilidade de transporte aéreo, rodoviário e ferroviário, a pluviosidade média anual de 1700 mm, a temperatura média anual de 25ºC e a disponibilidade de água.
“Temos grandes lagos de hidrelétricas e rios de vários tamanhos. A atividade mais promissora é a criação de peixes em tanques-rede nos grandes reservatórios. Essa é uma das tecnologias mais modernas e o pacote tecnológico já está pronto, principalmente no caso da tilápia, que é o peixe mais consumido no mundo. Mas, também, temos potencial para peixes nativos, como tambaqui e pintado”, argumentou.
Levantamento apresentado por Almeida mostra que a União tem 10 reservatórios em Goiás, com capacidade para produzir pelo menos 222.212 toneladas de peixe por ano. Apenas os reservatórios de Serra da Mesa e Cana Brava estão com suas capacidades esgotadas. Batalha, Cachoeira Dourada, Emborcação, Itumbiara, São Simão e Serra do Facão podem ser melhor explorados. Paranã e Queimados sequer tiveram suas capacidades calculadas até o momento.
O superintendente federal de Agricultura, José Eduardo de França, e o titular da Seapa, Tiago Mendonça, abriram a reunião. França abordou a situação dos aquicultores no Estado e pediu a formalização de um grupo para discutir demandas e encaminhar soluções para o segmento. Em resposta, Mendonça determinou a criação de um comitê com reuniões mensais para tratar de temas ligados à aquicultura e pesca. A estrutura funcionará no âmbito do Conselho de Desenvolvimento Rural e Agropecuário, vinculado à Seapa. “Estamos de portas abertas, Goiás tem um potencial enorme e pode se tornar referência na atividade”, destacou.
Fomento à produção
Segundo o Mapa, o Estado tem hoje 3.675 pescadores legalizados e outros 620 não legalizados. José Eduardo de França acredita que a situação é preocupante, porque os informais estão produzindo e processando peixes em condições sanitárias desconhecidas.
Conforme o superintendente de Desenvolvimento Rural Sustentável da Seapa, Donalvam Maia, o fomento à produção por meio da concessão de crédito e a melhoria do ambiente de negócios estão entre as medidas necessárias ao avanço da atividade no Estado. “Goiás tem potencial incrível para a piscicultura. Com a união de forças de vários setores e entidades, vamos ampliar o mercado de peixe”, disse.
Fonte: https://www.dm.com.br/