Sistemas intensivos de produção de peixes demandam soluções alternativas ao uso de antibióticos para a melhoria do desempenho e a manutenção da rentabilidade da atividade. O uso de fitogênicos e ácidos orgânicos tem se provado um grande aliado para garantir bons resultados.
A piscicultura está em constante desenvolvimento no país, experimentando aumentos relativos de produção maiores que em outras áreas da pecuária nacional. Neste cenário de crescimento, com sistemas intensivos de produção onde se observam altas densidades de estocagem, baixas concentrações de oxigênio dissolvido na água e outros fatores de estresse para os animais, elevam-se os índices de ocorrência de enfermidades. Tais condições acabam por comprometer as defesas imunológicas dos peixes, facilitando a ação de patógenos e, por muitas vezes, elevando a mortalidade e causando prejuízos econômicos à produção.
Peixes em situações estressoras tendem a buscar uma adaptação fisiológica, que resulta em mobilização energética para fins de sobrevivência ao invés de crescimento. Em situações de estresse intenso e constante, respostas imunológicas são perceptíveis nos peixes, desencadeando a elevação da frequência respiratória, a redução do fluxo sanguíneo no trato gastrointestinal e a liberação de catecolaminas no organismo.
Quando as condições sanitárias não são adequadas, com redução no desempenho dos animais e mortalidade elevada, uma das medidas adotadas é o uso de antimicrobianos adicionados à ração. Porém, o uso da medicação pode implicar em custos elevados para o tratamento, além de, em muitos casos, não atingir os resultados esperados devido à dificuldade de fornecimento na dose correta, uma vez que os animais reduzem o consumo de ração, e à possível resistência microbiana. Um fator agravante para essa situação é a redução do uso de antibióticos promotores de crescimento na nutrição animal devido ao desenvolvimento de bactérias resistentes, ao risco de contaminações nos corpos d’água e possível detecção de resíduos no tecido muscular dos peixes, o que poderia representar um problema de segurança alimentar para os consumidores.
A piscicultura está em constante desenvolvimento no país, experimentando aumentos relativos de produção maiores que em outras áreas da pecuária nacional. Neste cenário de crescimento, com sistemas intensivos de produção onde se observam altas densidades de estocagem, baixas concentrações de oxigênio dissolvido na água e outros fatores de estresse para os animais, elevam-se os índices de ocorrência de enfermidades. Tais condições acabam por comprometer as defesas imunológicas dos peixes, facilitando a ação de patógenos e, por muitas vezes, elevando a mortalidade e causando prejuízos econômicos à produção.
Peixes em situações estressoras tendem a buscar uma adaptação fisiológica, que resulta em mobilização energética para fins de sobrevivência ao invés de crescimento. Em situações de estresse intenso e constante, respostas imunológicas são perceptíveis nos peixes, desencadeando a elevação da frequência respiratória, a redução do fluxo sanguíneo no trato gastrointestinal e a liberação de catecolaminas no organismo.
Quando as condições sanitárias não são adequadas, com redução no desempenho dos animais e mortalidade elevada, uma das medidas adotadas é o uso de antimicrobianos adicionados à ração. Porém, o uso da medicação pode implicar em custos elevados para o tratamento, além de, em muitos casos, não atingir os resultados esperados devido à dificuldade de fornecimento na dose correta, uma vez que os animais reduzem o consumo de ração, e à possível resistência microbiana. Um fator agravante para essa situação é a redução do uso de antibióticos promotores de crescimento na nutrição animal devido ao desenvolvimento de bactérias resistentes, ao risco de contaminações nos corpos d’água e possível detecção de resíduos no tecido muscular dos peixes, o que poderia representar um problema de segurança alimentar para os consumidores.
Alternativas
A redução do uso de antibióticos força a busca por alternativas e mobiliza a atenção para a utilização de aditivos naturais mais sustentáveis, como os bioativos modificadores de microbiota entérica, reduzindo o estresse e o risco de enfermidades, melhorando os indicadores zootécnicos e, consequentemente, proporcionando maior produtividade à piscicultura. Dentre essas alternativas, o uso de óleos essenciais e ácidos orgânicos é uma estratégia que tem trazido resultados favoráveis.
Óleos essenciais são substâncias naturais, aromáticas e voláteis, resultantes do metabolismo das plantas. Quando na forma de extrato da planta, os óleos essenciais são caracterizados pela composição basal de dois ou três componentes principais (majoritários), em concentrações relativamente altas, associados a outros componentes presentes em quantidades reduzidas. Estes compostos majoritários, quando selecionados e extraídos, permitindo a dosagem correta, apresentam resultados mais eficazes na nutrição dos peixes. Um exemplo é o extrato de aliáceas (alho).
A forma mais comum de fornecimento do extrato de aliáceas na piscicultura é através da inclusão na ração, seja na mistura antes da extrusão, ou adicionado aos peletes, na própria fazenda, imediatamente antes de fornecer aos peixes. Os compostos do extrato de aliáceas têm atuação no trato gastrointestinal dos peixes e são absorvidos, atuando sistemicamente. Assim, há efeitos antimicrobianos no controle de Vibrio parahaemolyticus, Aeromonas hidrophyla, Estreptococcus spp. e Francosella spp., por exemplo.
Os ácidos orgânicos, ou ácidos carboxílicos, como os ácidos fórmico, acético, propiônico e butírico, têm ação principalmente sobre a microbiota intestinal e sobre a digestibilidade da dieta. Geralmente, os ácidos orgânicos necessitam ser protegidos ou estarem em uma formulação química que permita a sua estabilidade em todo o processo de produção e armazenagem da ração, para que consigam chegar ao intestino, principal órgão para a sua atuação. Ao dissociar-se na luz intestinal ou penetrar nas bactérias, podem controlar o crescimento de potenciais agentes patogênicos.
O ácido fórmico, na forma de diformiato de potássio, é uma molécula estável e pode ser incluído na mistura de rações antes da extrusão, sem perdas no processo. O uso desse tipo de molécula proporciona vários benefícios, não só para o produtor de peixes, mas também para quem produz e comercializa a ração:
- Ácidos orgânicos melhoram a conservação da ração no armazenamento.
- O diformiato de potássio melhora a dureza e a durabilidade dos pelets da ração, proporcionando maior estabilidade na água.
- Melhora da digestibilidade das rações, principalmente da fração proteica, pela acidificação da digesta.
- Promove a eubiose (equilíbrio da microbiota) no trato gastrointestinal, com reflexo na saúde e no desempenho dos peixes.
Resultados com tilápias
Na produção de tilápias, principal espécie produzida no Brasil, há excelentes resultados do uso de extrato de aliáceas e diformiato de potássio no controle de Francisella sp., por exemplo. Os resultados obtidos no Laboratório de Bacteriologia em Peixe (LABBEP), da Universidade Estadual de Londrina (UEL), pela equipe do professor Ulisses de Pádua Pereira, indicam que o tratamento preventivo de tilápias contaminadas com Francisella spp. com extrato de aliáceas e diformiato de potássio reduz significativamente a mortalidade ocasionada pela bactéria.
Além disso, os peixes tratados apresentaram aumento significativo no ganho de peso diário, conversão alimentar e taxa de crescimento específico. Os pesquisadores avaliaram o status imunológico dos peixes e observaram que o tratamento com os aditivos melhorou alguns parâmetros imunológicos (neutrófilos e leucócitos), o que foi retratado também por uma redução nas lesões nos rins. Outro resultado interessante é que a análise do microbioma intestinal revelou um aumento no número de bactérias pertencentes à família Vibrionaceae nos peixes não tratados, ao passo que os peixes tratados com o extrato de aliáceas e diformiato de potássio não apresentaram tal alteração na microbiota. Isso indica que o uso dos aditivos aumenta a eubiose e reduz a probabilidade de desenvolvimento de patógenos.
Francisella spp.
Nos últimos anos, observações de campo dão conta de que a manifestação dos casos de Francisella spp. tem sofrido alterações, tanto no que diz respeito aos índices de mortalidade quanto à época em que ocorrem. Assim, observa-se mortalidades mais baixas, porém com perdas significativas de desempenho dos animais (ganho de peso e conversão alimentar), além de perdas no abatedouro devido à desclassificação ocasionada pelas lesões deixadas no músculo. O controle dessa enfermidade segue sendo um grande desafio para os técnicos, principalmente na região Sul, e o uso de fitogênicos e ácidos orgânicos deve ser considerado como parte das ações mitigadoras.
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Fonte: https://opresenterural.com.br/