De janeiro a setembro deste ano, a produção de ração para a aquicultura contabilizou 1,24 milhão de toneladas
De janeiro a setembro deste ano, a produção de ração para a aquicultura avançou 2,8% ante o mesmo período de 2022 e contabilizou 1,24 milhão de toneladas, conforme o Balanço de 2023 do setor de alimentação do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). Considerando a produção de ração no Brasil das demais cadeias produtivas, o número chegou a 62,6 milhões de toneladas – avanço de quase 2% em relação ao ano anterior.
Conforme o levantamento, apesar do aumento na produção de rações para peixes e camarões, o ritmo de avanço da piscicultura diminuiu razoavelmente em resposta à escassez de tilápias, desencadeada pela elevada taxa de mortalidade de causa viral, principalmente dos alevinos e juvenis criados em tanques-rede. No caso da carcinicultura, os produtores de camarões buscaram encurtar os ciclos e baixar o custo de produção com densidade inferior de povoamento e menor peso de despesca.
Produção de ração no Brasil em 2023
Além do incremento na ordem de 2,8% na aquicultura, o desdobramento do Sindirações revela que a demanda do segmento de frangos de corte aumentou em 3%, quando comparada ao mesmo período do ano passado. O mesmo raciocínio estabelece avanço de 1,0% para as poedeiras. No caso dos suínos, o crescimento foi de 2,4%, enquanto para os bovinos de corte e de leite foram apurados recuos de 5,1% e 1,1%, respectivamente.
E, finalmente, incremento de 6,3% no caso dos cães e gatos. No geral, a previsão é finalizar o ano com produção aproximada de 87 milhões de toneladas de rações e sal mineral e apurar incremento de quase 1,5% em relação a 2022.
Ainda em julho, o CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani pontuava: “a produção acumulada de aproximadamente 62,6 milhões de toneladas de rações e concentrados no primeiro semestre deste ano, revelou-se quase 2% superior àquela do mesmo período do ano passado, muito embora, os montantes alcançados no primeiro e segundo trimestres de 2023 praticamente encontraram equivalência. A perspectiva no horizonte anual reserva amplas variações, à exemplo do avanço das rações para frangos de corte e alimentos para cães e gatos que caracteriza movimento contrário ao retrocesso apontado na alimentação industrializada do plantel leiteiro, prejudicado pela retração no consumo doméstico dos lácteos e das importações de leite que quase dobraram ainda no primeiro semestre”, diz.
Perspectivas & Planejamento 2024
Para as projeções de crescimento do setor em 2024, Zani reforça que a indústria de alimentação animal, modulada pelo desempenho da cadeia produtiva de proteína animal, “leva em conta as projeções preliminares disponibilizadas pelas entidades representativas dos produtores de carnes bovina, suína, aves, ovos e leite e exportadores, a produção de rações deve avançar algo em torno de 2,5%”, projeta o CEO do Sindirações.
As estratégias da indústria de alimentação animal para enfrentar os desafios e oportunidades de 2024 focam no planejamento apropriado para garantia de suprimento dos macros ingredientes influenciados pelo desempenho das safras de milho, farelo de soja, cereais de inverno etc., e dos micros ingredientes, notadamente as vitaminas, enzimas e demais aditivos importados e precificados em dólar.
Já as tendências em nutrição animal e aditivos para rações que devem se destacar são aquelas voltados à mitigação da pegada de carbono, ou seja, da descarga poluidora (nitrificação, eutrofização, matéria orgânica) e da emissão dos gases do efeito estufa.
Fonte: https://www.seafoodbrasil.com.br/