Destacando-se novamente, a tilápia contribuiu com 579.080 toneladas, representando 65,3% do total produzido
Com produção de 887.029 toneladas de peixes de cultivo, o Brasil registrou um crescimento de 3,1% em 2023, em relação ao ano anterior conforme o Anuário 2024 da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).
Destacando-se novamente, a tilápia contribuiu com 579.080 toneladas, representando 65,3% do total produzido. Nos últimos dez anos, a produção de tilápia no Brasil saltou de 285 mil toneladas para 579 mil toneladas. O aumento foi de 103%.
Os peixes nativos contribuíram com 263.479 toneladas (29,7% do total) e as outras espécies (carpa, truta e pangasius) atingiram 44.470 toneladas (5% do total) do total de produção no ano passado.
Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR, pontua que o ano de 2023 foi desafiador para os peixes de cultivo, sobretudo em relação às questões climáticas e também sanitárias. “De qualquer forma, o resultado foi positivo, em que pese as adversidades. A piscicultura brasileira continua em crescimento, posicionando-se com cada vez mais relevância na vida dos brasileiros”, comenta Medeiros.
Entre os Estados, o Paraná cresceu 9,9% em produção de peixes de cultivo – maciçamente de tilápia –, em 2023, atingindo 213.300 toneladas (24% do total nacional), não apenas consolidando a liderança entre os estados, mas ampliando a distância em relação a São Paulo, o segundo colocado, cuja produção caiu 1,2%.
Conforme a PeixeBR, o modelo cooperativista praticado no PR prova-se uma estratégia vencedora, assim como verificado em outras proteínas animais, como frangos e suínos. Além disso, os bons preços da tilápia durante o ano atraíram piscicultores independentes no estado.
Minas Gerais em 3º e Rondônia em 4º foi a única alteração na lista dos 10 maiores produtores de peixes de cultivo, em 2023. Minas Gerais foi o estado com maior crescimento do cultivo (12,6%). aquícolas.
Uma década de dados
A estatística de produção de peixes de cultivo da Peixe BR completa 10 anos (2014 a 2023), mesmo tempo de existência da entidade. Nesse período, o cultivo saltou de 578.800 toneladas para 887.029: +53,25%. A média de crescimento anual é bastante expressiva: 5,325%.
Considerando que as exportações ainda são pouco representativas – apesar de em crescimento –, o aumento da oferta representa elevação direta do consumo interno. Atualmente, segundo a publicação, o brasileiro consome 4,35 kg de peixes de cultivo por ano.
“A produção nacional avança com consistência. Todos os estados brasileiros produzem peixes de cultivo, seja tilápia, nativos ou outras espécies. O País tem clima propício, potencial hídrico para multiplicar o cultivo atual algumas vezes e dimensões continentais. Puxada pela tilápia, a piscicultura brasileira tem representatividade crescente”, enfatiza Medeiros.
2023 foi caracterizado por problemas climáticos e sanitários, mas também por preços firmes ao produtor, como aponta o Indicador de Preço da Tilápia, medido pelo CEPEA/USP.
As exportações também cresceram. No total, o País comercializou 6.815 toneladas de peixes de cultivo – com liderança expressiva da tilápia – e receita de US$ 24,7 milhões. Esse resultado é 4% superior ao obtido em 2022, como mostra o relatório da Embrapa Pesca e Aquicultura, elaborado para a Peixe BR.
Fonte: seafoodbrasil.com.br/