Piscicultura em alta em Oliveira Fortes

Segundo o estudo, em 38% das propriedades rurais havia interesse em iniciar a produção de um novo produto para aumentar ou diversificar as possibilidades de renda. Destas, 21% optaram pela piscicultura, devido à disponibilidade de água e à qualidade do PH, ideal para a produçao do peixe.

A partir dessa observação, foi promovido o I Simpósio Local de Piscicultura e várias palestras sobre criação de alevinos, abate e venda. Foi criado o Fundo Municipal de Aquicultura e instalado um conselho. Pretende-se, ainda, incluir o pescado na merenda escolar como forma de agregar valores nutricionais à alimentação e incentivar a produção da agricultura familiar.

tilapia

Dessa forma, a Associação dos Produtores de Leite Balde Cheio de Santos Dumont e o SENAR MINAS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) foram acionados para treinar os produtores rurais da região e, durante esta semana, ofereceram gratuitamente o curso “Trabalhador na Piscicultura”. Foram abordadas técnicas de criação (manejos de alevinos), mercado, regularização ambiental, planejamento, estratégias de redução de custos, comercialização e marketing. Foi enfatizado também a necessidade quanto aos cuidados com o meio ambiente (meios sustentáveis) e a possibilidade de integração da atividade com outras já em prática na propriedade.

O instrutor Giovanni Resende de Oliveira observou que há muitas dúvidas e ou falhas nos aspectos ligados ao manejo alimentar, à manutenção de qualidade de água, à recria de alevinos, à construção de tanques escavados e ao aproveitamento integral do peixe (cortes). “Há, ainda, grande deficiência na adoção de técnicas gerenciais, o que repercute em falta de planejamento e controle de custos, bem como a dificuldade na comercialização da produção com maiores margens de lucro”, complementa, justificando a importância do curso.

Para ele, se todos os manejos forem feitos adequadamente, a qualidade final do peixe não será comprometida. “As técnicas de despesca, manuseio no processamento e conservação mantém a qualidade do pescado, para que ele chegue ao consumidor com boa aparência, sabor e maior vida de prateleira.”

Consumo em crescimento

O produtor rural Sérgio Nepomuceno do Amaral há dez anos trabalha com a produção de peixes. Em sua propriedade, há 25 tanques, os quais comportam até 70 mil tilápias. Ele conta que o consumo da carne branca tem aumentado bastante, o que o faz acreditar que a atividade tende crescer. “Com a propagação de que é saudável comer peixe pelo menos duas vezes por semana, o consumo de peixe aumentou e deve crescer ainda mais.” Ele diz que incentiva outros produtores, pois trata-se de um setor lucrativo.

Vantagens da piscicultura

O instrutor destaca algumas vantagens de se investir na piscicultura, como a possibilidade de explorar áreas ociosas na propriedade, de otimizar o uso da água na fazenda e de diversificar a produção agropecuária. Além disso, a atividade exige uma baixa demanda de mão de obra e o retorno do capital investido é mais rápido em relação à bovinocultura, devido ao menor ciclo de produção.

Peixes mais consumidos

Destaca-se as espécies de alevinos comerciais como tilápia, surubim, pacu, tambaqui e seu híbrido tambacu, traíra e lambaris. Outras espécies tem nichos de mercado próprios como peixes para pesca esportiva (matrinxã e piau). Truta e dourado são ingredientes fundamentais em restaurantes mais especializados. Pirarucu aparece como promessa na substituição parcial do bacalhau importado. “O mais importante é a versatilidade dos pratos que podem ser preparados com uma ou outra espécie. A tilápia apresenta grande versatilidade gastronômica, talvez por isso seja bem aceita pelo lojista e consumidor final”, afirma Oliveira.

Fonte: ww.portaldoagronegocio.com.br/