Toneladas de peixe são jogadas no lixo diariamente em feira de Manaus

peixeFalta de estrutura faz com que comerciantes deixem pescado no chão. Pescadores reclamam de falta de vaga em balsa na Feira da Panair.

Com a época de fartura nos rios do Amazonas, um problema se repete nas feiras de Manaus: diariamente, toneladas de peixe são jogadas no lixo. Sem local para estocar o pescado, vendedores acabam perdendo a carga.

Na Feira da Panair, Zona Sul de Manaus, não há vaga para os pescadores atracarem na balsa. Um dos prejudicados é o pescador Antônio Batista: ele está com seis toneladas de peixe no barco, e caso não consiga lugar para parar e vender no prazo de cinco dias, poderá perder a todo o peixe. “Quando a gente chega, não existe um lugar em que possamos vender o peixe para o consumidor. É por isso que estraga”, relatou.

Para atracar na balsa da feira, Antônio Batista esperou mais três dias. No entanto, nem todo o pescado foi vendido e o pescador calcula que teve prejuízo de aproximadamente duas toneladas.

A situação na Feira da Panair é ainda pior: sem infraestrutura, o pescado fica no chão dos barcos, balsas e em bancas ao ar livre. Para não perder toda a mercadoria, feirantes buscam vender peixes em bairros da periferia da capital. “Vou vender os peixes de maneira mais barata, mesmo porque muitas pessoas estão precisando para se alimentar”, disse o feirante Sebastião dos Santos.

A Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) informou que já foram tomadas medidas para reduzir o problema de desperdício de peixe na Feira da Panair. A partir da próxima semana, uma nova balsa frigorífica e um frigorífico deverão ser disponibilizados aos pescadores.

A pasta disse ainda que pretende criar pontos fixos de vendas em quatro zonas da capital, na tentativa de equilibrar a venda e o armazenamento do pescado. A Sepror afirmou também que não é responsável pela administração do porto onde ficam instalados os pescadores. A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Produção e Abastecimento (Sempab), mas não obteve resposta.

Fonte: http://g1.globo.com