A atividade da piscicultura foi implantada na comunidade Sagrado Coração de Jesus, na Zona Rural de Manacapuru (a 79 quilômetros de Manaus) como uma alternativa de complementar as atividades de subsistência da população local.
Com o crescimento do projeto e a elevação da produtividade, auxiliados pela introdução de novos sistemas e a potencialidades da região, o local ganhou o título de ‘comunidade do tambaqui curumim’.
Segundo um dos diretores da associação dos moradores do Lago do Santana, Carlos Alberto de Souza Martins, o ‘Cardoso’, esse projeto da piscicultura foi apresentado à comunidade em 2006, por meio de uma moradora da região como opção de alternativa para as famílias.
Após realizar um estudo na área, seis famílias decidiram tomar a iniciativa. “No início fomos desacreditados pela comunidade, diziam que nossa ideia não iria trazer retorno financeiro e ainda iria acabar com os peixes do lago. Porém, decidimos seguir em frente e começamos com um pequeno tanque-rede e poucos peixes. O tempo de reprodução não foi conforme esperávamos, mas nem assim desistimos do projeto”, lembra.
Dois anos depois a associação decidiu investir em tanques berçários, onde puderam duplicar a produção e dar mais agilidade ao processo. Atualmente a comunidade dispõe de quatro desses tanques, onde reproduzem mais de dois mil alevinos, além de dez maiores, onde estão mais de 7 mil peixes da espécie do tambaqui curumim.
Os primeiros alevinos chegaram à comunidade com ajuda da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) medindo entre 5 e 10 centímetros. Ao tomar maior proporção eles foram transferidos para tanques-rede e em seguidas revendidos para feiras da capital e também de Manacapuru.
O objetivo da comunidade agora é investir na produção do matrinxã. Para isso, os fundadores fazem investimentos estruturais para instalar mais um tanque-rede.
“Queremos expandir a produção e também entrar em outro segmento que é bem consumido aqui na região, como a espécie do matrinxã”, explica Leandro Souza.
Segundo ele, na comunidade o trabalho na piscicultura garante uma renda fixa de até R$ 800 para cada família. Atualmente o projeto tem o reforço de 10 famílias. Para associação, o negócio é um sucesso, visto que o quilo do peixe está mais em conta do que carne bovina de segunda.
A cada dois meses, a produção de tambaqui curumim é de aproximadamente 1 tonelada, a qual é destinada ao comércio local. Do total, aproximadamente 70% é lucro, garantia de que, para os comunitários, a piscicultura é um negócio rentável.
Fonte: http://www.emtempo.com.br