Pescap busca alternativas para aproveitar os resíduos de peixes

Com o objetivo de buscar novos meios para melhorar e desenvolver cada vez mais o setor pesqueiro do Estado, técnicos da Agência de Pesca do Amapá (Pescap) visitaram a Cooperativa Mista Agroindustrial (Coomas) no município paraense de Salvaterra, que há dois anos desenvolve trabalhos com aproveitamento de sobras advindas de indústria de pescado local.

Para os técnicos da Pescap, a principal ideia da cooperativa é minimizar o impacto ambiental, causado pelo descarte inadequado do resíduo de pescado, gerar renda e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida de cerca de 60 famílias.

“A cooperativa, além de aproveitar as sobras do pescado, desenvolve o trabalho de curtimento de couro e compostagem a partir de sobras de pescado e farinha de peixe”, explica o técnico amapaense Denny Santos.

De acordo com o diretor-presidente da Pescap, João Bosco Alfaia, o Estado do Amapá tem o maior estoque de peixe disponível para o extrativismo do Brasil, que fica localizado na fronteira da Guiana Francesa até a foz do rio Amazonas. Uma parte desse peixe entra em Macapá.

“Ano passado entraram 21 mil toneladas, dessas, 6. 800 foram beneficiadas, onde passaram por cinco indústrias localizadas em Calçoene e em Santana. Passaram por essas fábricas 6.800 toneladas e dessas, 6.800 tiveram um resíduo de 2.400 toneladas que foram destinadas ao lixo e algumas ao rio”, esclareceu o diretor.

Conforme Alfaia, foi pensando nessa perda, nesse desperdício de sobras de peixes, que técnicos se reuniram para buscar uma solução.
“Os técnicos apresentaram uma proposta para que esse resíduo que é jogado fora fosse aproveitado. Dessa forma, se dirigiram até ao município do Pará, na Ilha do Marajó, no município de Salvaterra, onde já existe um trabalho com resíduos de peixes de forma ainda artesanal, através de uma cooperativa, e foram conhecer e trouxeram importantes resultados”, relatou.

A partir dessa experiência, os técnicos puderam vivenciar a rotina da cooperativa e conhecer os métodos utilizados em cada processo.
“A partir da visita, a expectativa é a difusão da técnica através da elaboração de projetos, treinamentos e capacitações. Já está em trâmite um projeto de aproveitamento das sobras de beneficiamento para elaboração de subprodutos da indústria de pesca”, adiantou Denny Santos.

Segundo João Bosco Alfaia, uma projeção será feita para que os resíduos sejam aproveitados da melhor forma possível.
“É preciso montar uma estrutura para se gerar isso, agregando novas tecnologias, aproveitando as experiências que eles trouxeram de lá e somando à estrutura que o Amapá já dispõe, comentou o diretor da Pescap, acrescentando que, a partir de agora, o projeto será discutido e apresentado a todos os setores envolvidos nessa cadeia para a efetivação de uma parceria, como pescadores, cooperativas, indústrias e a própria sociedade que está em torno dessa riqueza, tanto Calçoene, Bailique, Macapá e Santana, enfim todos os municípios”, frisou o diretor.

De acordo com os técnicos, as sobras dos peixes – cabeça, espinhaço e couro – podem ser utilizadas na fabricação de calçados, bolsas, cintos e outros produtos.

Fonte: http://www.correaneto.com.br/