Espécie tem sido usada em institutos de pesquisa do mundo todo pela capacidade de regeneração
Cientistas do Max Planck Institute for Developmental Biology, em Tubinga, Alemanha, estão estudando o desenvolvimento dos órgãos em embriões e larvas do peixe-zebra (Danio rerio). Durante a pesquisa, eles fotografaram duas larvas, de apenas dois dias de idade, que parecem ter levado um susto, em uma foto ao menos divertida.
Apesar de ser um peixe considerado comum em petshops do mundo todo, o peixe-zebra tem se tornado cada vez mais popular entre os cientistas. Isso, porque esses animais desempenham um papel importante nos trabalhos sobre medicina, genética e evolução. Depois do camundongo, o peixe-zebra é o vertebrado mais utilizado em estudos genéticos e pesquisas sobre câncer e doenças cardiovasculares. A espécie contém diversos genes em comum com os seres humanos e tem sido utilizada, inclusive, em estudos sobre problemas psiquiátricos.
Pesquisadores descobriram, ainda, que peixes ósseos, como o peixe-zebra, são capazes de regenerar barbatanas, o coração e até mesmo o cérebro. Se retirarmos um pedaço do coração, esses animais nadam lentamente por alguns dias, mas após cerca de um mês já aparentam estar completamente recuperados. Agora, os cientistas tentam responder uma das questões mais importantes para a medicina regenerativa: como esse animal é capazes de recuperar órgãos vitais e, principalmente, por que o organismo dos seres humanos não consegue fazer o mesmo.
Recentemente, a British Heart Foundation, uma fundação britânica que ampara estudos sobre o coração, criou uma campanha para arrecadar fundos e investir em pesquisas sobre a capacidade regenerativa do peixe-zebra. Durante a campanha, dois anúncios foram veiculados nos principais veículos de comunicação do Reino Unido.
Pesquisadores da fundação (de Sheffield, Inglaterra) modificaram geneticamente a espécie, inserindo uma proteína verde fluorescente no revestimento dos vasos sanguíneos para conseguir enxergá-los facilmente. Assim, foi possível ver exatamente o que acontecia na circulação sanguínea desses peixes e entender como os vasos se desenvolvem e quais são os efeitos do bloqueio de uma artéria e de um ataque cardíaco. Segundo os pesquisadores, a evolução desses estudos representa um grande avanço para a medicina, que está cada vez mais perto de fazer com que um novo músculo seja capaz de reparar os danos causados por um ataque cardíaco.
Sobre a espécie
Conhecido como peixe bandeirinha, paulistinha ou bandeira-paulista no Brasil, o Danio rerio é um peixe de água doce tropical que mede, em média, três centímetros de comprimento e possui listras claras e negras. A espécie chega à fase adulta após três meses e pode viver por até cinco anos.
Nativo dos rios da Índia e Bangladesh, o peixe-zebra não foi desenvolvido para fins ornamentais, orginalmente, mas foi o primeiro animal geneticamente modificado a ser vendido em grande escala como animal de estimação – sob a denominação comercial de Glofish.
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