Cada baiano consome, em média, 10 kg de peixe por ano.
A produção de pescados do estado, voltada principalmente ao mercado interno, era, até 2007, a 5ª maior do Brasil. De lá pra cá, alguns projetos voltados ao fomento da piscicultura (cultivo de peixes) foram implantados e o estado é, hoje, o 3º do ranking, com uma produção de 120 mil toneladas por ano. A expectativa é que, até 2020, essa produção quase dobre, chegando a 200 mil toneladas.
Jorge Figueiredo, diretor técnico da Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia (Seagri), diz que a meta é ambiciosa, mas será alcançada com facilidade. “A Bahia tem um dos maiores potenciais para produção de pescados do país, principalmente porque temos a maior costa litorânea, de quase 1200 km.
Além disso, temos, hoje, 500 mil hectares de águas represadas, que também podem ser muito úteis para o setor”, afirma. O diretor foi um dos nomes presentes no Aquapesca Brasil 2012, que reúne, de 7 a 9 de novembro, pescadores, piscicultores e outros profissionais da aquicultura, no Centro de Convenções da Bahia.
O evento tem por objetivo gerar oportunidades de negócios e apresentar rumos e tendências do setor. Os números da produção baiana são animadores mas, na prática, o crescimento não parece tão grande para quem ganha a vida através dos peixes. Entre os pescadores, principais visitantes da feira, muita insatisfação. É o caso, por exemplo, de Crison Soares, o pescador autônomo diz que o lucro do trabalho, na verdade, diminuiu. “Não tá valendo a pena investir em embarcações e motores caros para viver de pesca, principalmente porque não se acha mais peixe com tanta facilidade”, explica.
Gilvásio Barbosa, que faz parte da cooperativa de pesca Z-67, também não se diz muito feliz com a profissão. “A produção aumentou, mas nós, pescadores, ainda precisamos de investimentos”.
Voltado principalmente para o cultivo, e não para a pesca, o evento no Centro de Convenções apresentou muitas novidades em produtos e equipamentos de tecnologias sofisticadas, que prometem modernizar ainda mais a piscicultura. Entre eles, uma vacina produzida especialmente para as Tilápias, um dos peixes mais consumidos na Bahia, e um alimentador automático de peixes, destinado aos produtores de médio a grande porte, que utiliza um canhão interno para definir a quantidade exata de ração para os animais.
Vacina e aplicador automático desenvolvidos especialmente para as tilápias (Foto: Carol Prado/Bahia Notícias)
O Aquapesca Brasil também contou com a presença de um chef, que preparou diversos pratos à base de pescados e ensinou receitas aos visitantes. Todas as delícias foram oferecidas, gratuitamente, para degustação.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br