O Programa Pescando Letras, de alfabetização de adultos, já beneficiou 190 mil pescadores e aquicultores – aproximadamente 20% dos pescadores profissionais do País – desde que foi criado em 2003, após a 1ª Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca. No evento mais de mil delegados de diferentes regiões do país referendaram a alfabetização como prioridade do setor pesqueiro.
Coordenado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o programa tem a meta de alfabetizar mais 80 mil pescadores artesanais até 2015, segundo Henrique Almeida, diretor de Planejamento e Ordenamento da Pesca Artesanal.
Como parte desse esforço, atualmente frequentam as salas de aula do programa 5.141 alunos. Na região Nordeste estão sendo preparados alfabetizadores e coordenadores de turma, visando a alfabetização de mais 17 mil alunos. Deste total, quatro mil devem ser da Paraíba, três mil do Ceará e dez mil do Maranhão.
Metodologia
“O Pescando Letras busca alfabetizar pescadores profissionais e aquicultores familiares que não tiveram acesso à educação durante a idade escolar”, recorda Henrique Almeida. A metodologia do programa respeita a cultura, a experiência e a realidade dos pescadores. “As turmas são formadas aproveitando os períodos de defeso e piracema, quando os alunos não saem para pescar e recebem o seguro defeso, pago pelo Ministério do Trabalho e Emprego”, afirma o diretor do MPA. O aprendizado, que demanda entre seis e oito meses de sala de aula, considera a experiência de vida dos pescadores em rios, lagos, mangues ou no litoral. Filhos de pescadores, a partir dos 15 anos de idade, também podem participar.
No início o Programa Pescando Letras foi possível com a participação do Serviço Social da Indústria (SESI) e entidades ligadas ao setor pesqueiro. No entanto, um substancial reforço ocorreu em 2005, quando o programa passou a contar com o apoio do Ministério da Educação, mediante um termo de cooperação técnica com o MPA, e se tornou uma variante do Programa Brasil Alfabetizado.
Participação
A inscrição dos pescadores e aquicultores no programa é feita pelas secretarias estaduais ou municipais de educação que fizeram a adesão ao Programa Brasil Alfabetizado, de acordo com Henrique Almeida. Assim, a comunidade deve apresentar suas demandas diretamente para as secretarias de educação estaduais ou municipais (Prefeituras). Também pode enviar as solicitações para as Superintendências Federais da Pesca e Aquicultura, que representam o MPA nos estados. As superintendências então irão articular junto às secretárias de educação a formação de turmas do Programa Pescando Letras.
No Ceará, os alfabetizadores e coordenadores de turma têm encontro marcado para os próximos dias 06 a 11 de outubro. A equipe da Paraíba já se reuniu em setembro e as novas turmas irão conhecer o abecedário a partir deste mês de outubro. Na foto, a equipe da Paraíba com o superintendente federal da Pesca e Aquicultura da Paraíba, Samuel Coelho de Lemos.
Fonte: http://www.mpa.gov.br