Cuiabá – O Brasil tem a maior lâmina d’água para a produção comercial de pescado no mundo e conta com mais de 250 grandes reservatórios públicos adequados à piscicultura. No entanto, a atual produção nacional de pescado não representa nem 10% do potencial estimado pelo Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que é de 20 milhões de toneladas.
Na opinião da coordenadora Nacional de Aquicultura e Pesca do Sebrae Nacional, Newman Costa, daqui a aproximadamente cinco anos, o Brasil vai ser o maior produtor de pescado do mundo. “O peixe está caminhando para chegar a posição que o frango ocupava antigamente”, destaca, lembrando que o Sebrae tem projetos de estímulo à piscicultura comercial em todo o Brasil, especialmente a produção de espécies nativas e exóticas.
Segundo Newman Costa, o Sebrae vem desenvolvendo um trabalho de mercado na região Norte para escoar a produção também para os países vizinhos. Ela acrescenta que Mato Grosso se destacou muito na produção de espécies nativas e híbridas. “O país inteiro tem vocação para a atividade. Temos uma preocupação ambiental e de produzir espécies com boa aceitabilidade, caso da tilápia, por exemplo”.
A coordenadora do Sebrae Nacional ressalta que 2013 foi um ano de grandes conquistas e que, em 2014, o avanço estará em novas tecnologias, sempre com foco na sustentabilidade. “O Sebrae buscou manter os empreendedores do setor informados e monitorá-los no que diz respeito à comercialização e identificação de nichos de mercado. O foco é o mercado interno, até porque não conseguimos atender toda a demanda”.
Uma das ações em andamento é a construção de normas técnicas para a produção de tambaqui, tilápia, camarão, moluscos, ostras, coquiles e mexilhão, que deverá ser publicada em fevereiro. “Tivemos uma contribuição fortíssima de Mato Grosso e essa é uma conquista muito importante para o setor, porque o Brasil não tem nenhuma norma nesse sentido”, aponta.
Outra meta para 2014 é intensificar as ações de licenciamento ambiental, trabalhar a questão da certificação, registro das propriedades, boas práticas do pescado do Programa Alimento Seguro (PAS). “Vamos ampliar os projetos, mas com foco em qualidade. É preciso tratar a atividade de piscicultura como empresa que gera renda e emprego”, assinala Newman Costa. Para tanto, o Sebrae vem trabalhando em ferramentas de gestão, controle de produção dentro e fora da propriedade. “Trata-se de uma ferramenta desenvolvida especialmente para o setor e a meta é que possa ser testada também em Mato Grosso, onde há um grupo de piscicultores organizado, trabalhando com foco e com visão empresarial muito forte”, completa.
Fonte: http://www.administradores.com.br