Pescado será estrela brasileira na Expo Milão 2015

Pescado será estrela brasileira na Expo Milão 2015Uma exposição de negócios, cultura, tecnologia e entretenimento, realizada a cada cinco anos em importantes cidades do planeta, desde 1851, que já apresentou ao mundo maravilhas como a Torre Eiffel, em Paris, ou inovações como o telefone e o fogão a gás, é o cenário escolhido para o Brasil mostrar as suas extraordinárias potencialidades para produzir e exportar pescado de qualidade.

No próximo ano, a exposição será em Milão, cidade que possui a região metropolitana mais populosa da Itália. A Expo Milão 2015 ocorrerá entre os meses de maio e outubro. Nesses seis meses deverá atrair 20 milhões de visitantes, público que apenas perde, em popularidade, para a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

“Esta será uma grande oportunidade para o mundo conhecer a diversidade de espécies, de sabor e de preparos culinários do nosso pescado”, disse o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, na manhã desta quarta-feira (12), em Brasília, na abertura do encontro com empresários do setor interessados em participar da exposição. Realizado no auditório do MPA, o encontro preparatório foi prestigiado por representantes de órgãos públicos, autoridades e representantes de países como Itália, Rússia, França e Japão. Paralelamente, no saguão do ministério, foi realizada uma exposição de produtos de pescado brasileiros.

O ministro, que tem descendência italiana, ressaltou que a Expo Milão fortalecerá as parcerias históricas entre o Brasil e a Itália.

Segundo o secretário executivo do MPA, Átila Maia da Rocha, que organiza a participação do pescado brasileiro na Expo Milão 2015, o Brasil optou por se tornar um grande produtor de peixes, moluscos e crustáceos. Nessa trajetória, criou inicialmente uma secretaria de pesca e depois o ministério. “O fortalecimento das exportações de pescado faz parte dessa trajetória”, explicou. A previsão é de que pelo menos 50 empresas brasileiras do setor marquem presença na exposição italiana.

Agronegócio

Com a participação confirmada de 142 países e organizações internacionais, a Expo Milão 2015 mostra-se favorável a países produtores de alimentos como o Brasil. Afinal, o slogan escolhido para inspirar a ocasião é “Nutrir o Planeta, energia para a vida”.

De acordo com Fabio Resende, da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), as oportunidades de negócio para o pescado nacional são significativas. “O pescado representa 11% das exportações do agronegócio mundial e movimenta aproximadamente 1% do comércio global”, afirma. Para ele, o Brasil precisa participar mais ativamente desse grande mercado, já que tem um potencial “fantástico” para a produção de peixe.

Segundo Mônica Zerbinato, vice-presidente da comissão interministerial que organiza a participação brasileira na Expo Milão 2015, o pavilhão do País, com 4.133 m2, será um dos maiores do evento e terá uma localização privilegiada, próxima à entrada principal da exposição. O tema brasileiro será “Alimentando o mundo com soluções”. Zerbinato diz que o setor pesqueiro nacional pode aproveitar a ocasião para trabalhar a sua imagem e para movimentar negócios. Para alcançar esses objetivos existe o apoio do governo federal na área de exportações e do próprio MPA. Ela adianta que, no próximo dia 17 de fevereiro, será anunciada a empresa de arquitetura vencedora da concorrência para o projeto do pavilhão brasileiro.

Um dos empresários interessados em comparecer à Expo Milão 2015 é Marcelo Wippel, diretor-comercial da Marithimu’s Frutos do Mar, de Gavurá, Santa Catarina. A empresa é especializada em ostras, mexilhões, truta e salmão defumados em conserva. “Hoje produzimos 10 mil unidades por mês, o que representa apenas 30% de nossa capacidade, e por isso desejamos exportar, em especial para a Europa”, diz Wippel.

Empreendimentos conjuntos

O adido comercial da embaixada italiana em Brasilia, Cristiano Musillo, defendeu a transferência de tecnologia pesqueira de seu País para o Brasil, bem como investimentos brasileiros na Itália. Ele vê a possibilidade do estabelecimento de empreendimentos conjuntos (“Joint Ventures”) e parcerias industriais entre os dois países. As oportunidades de negócio poderão ocorrer na Expo Milão – que terá um milhão de m2 de área e 60 pavilhões – e na Slow Fish, que será realizada em maio de 2015, na cidade italiana de Gênova.

Para Maria Fernanda Nince Ferreira, secretária de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura do MPA, a Expo Milão 2015 será “uma vitrine mundial para as políticas públicas e os produtos da aquicultura brasileira”. Da parte do País, o “espírito” de entendimento e negociação também estará presente: “”Queremos aproveitar esta oportunidade para trocar experiências técnicas e estabelecer cooperações com a Itália e outros países que, assim como o Brasil, estão adquirindo alta expertise no cultivo de pescado”, diz Maria Fernanda.

Atualmente o Brasil aproveita pouco mais de 10% do potencial pesqueiro estimado pela FAO para o País, de 20 milhões de toneladas anuais. Conforme essa organização, o mundo precisará de mais 50 milhões de toneladas até 2025, e o Brasil poderá dar uma importante contribuição para o atendimento dessa demanda. O pescado será produzido em grandes reservatórios públicos, no litoral e em propriedades rurais.

Prestigiou o encontro dos empresários brasileiros do setor de pescados, interessados em participar da Expo Milão 2015, diversos deputados e senadores, bem como autoridades como Abraão Linconl, presidente da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores; Giovani Monteiro, presidente do Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (SINDIPI); Armando Burle, presidente do Conselho Nacional de Pesca e Aquicultura (Conepe); e Vinicius Estrela, coordenador de imagem e acesso a mercados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil). Entre os representantes internacionais, compareceram Satoshi Murosawa, da Agência de Cooperação Internacional do Japão; Kentaro Morita, secretário para assuntos agrícolas da Embaixada do Japão; Ivan Saytukhov, adido comercial adjunto da Rússia; e Myléne Testut-Neves, conselheira para assuntos agropecuários da Embaixada da França.

Fonte: http://www.mpa.gov.br