Com o objetivo de incentivar e dinamizar a cadeia produtiva da piscicultura no Território da Bacia do Rio Corrente, foi realizado na última sexta-feira, 21, na Escola Estadual Salvador da Rocha Passos, no distrito de Porto Novo, município de Santana, na região Oeste da Bahia, o I Seminário de Piscicultura da Bacia do Rio Corrente.
O evento, resultado de uma parceria entre a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa da Sedir, e a Bahia Pesca, da Seagri, teve a participação de 360 piscicultores, estudantes, políticos, interessados em piscicultura, técnicos de órgãos estaduais e representantes de associações e cooperativas.
No seminário, o diretor executivo da CAR, José Vivaldo Mendonça, anunciou medidas importantes para o incremento da piscicultura territorial e entregou uma retroescavadeira ao presidente da Cooperativa Agrícola de Porto Novo e agrônomo, Ubirajara da Silva Oliveira.
Segundo Mendonça, é necessário, a partir de uma combinação de investimentos e demandas, interagir com as potencialidades e dinamizá-las em todo o Território. “Tem água, tem peixe e tem gente querendo trabalhar. Esse é o papel do governo: ajudar a fomentar o desenvolvimento. É por isso que estamos aqui hoje, CAR e Bahia Pesca, para anunciar investimentos, assumir compromissos e cumpri-los”, afirmou.
O presidente da cooperativa, Ubirajara Oliveira, agradeceu a entrega e destacou a importância do encontro. “Esse seminário é importante porque reuniu os piscicultores e interessados da Bacia do Rio Corrente, informando sobre a forma correta de criar peixes. Recebemos também uma retroescavadeira, que possibilitará a abertura de novos tanques e a manutenção daqueles já existentes na região, viabilizando a triplicação da produção”, ressaltou.
Além da entrega da retroescavadeira, a CAR firmou convênios e termos de doação de imóveis e outros bens duráveis, que serão entregues à Escola de Família Agrícola (ACEFASA) e à Central de Associações de Agricultores familiares de Santana. A empresa garantiu ainda a implantação de 37 sanitários residenciais à Associação Comunitária de Pedra Preta.
Criação em tanques
Durante o encontro, os participantes foram informados sobre os programas de piscicultura em tanques escavados e em tanques redes e realizaram visitas técnicas a uma criação em tanques escavados e à Estação de Piscicultura do Corrente, no distrito de Porto Novo. No local, puderam ver, na prática, a criação de peixes, desde a produção de alevinos (fase pós-larva), incluindo os métodos para transportá-los, até a alimentação e manejo dos peixes adultos.
Segundo o chefe da Unidade A, da Estação de Piscicultura do Paraguaçu, Hegel Rafael, que apresentou temas como Programas de Piscicultura em Tanques Escavados e em Tanques de Rede, ao optar pela piscicultura, em um desses modos de criação, o criador deve estar atento à desinfecção e fertilização do local, qualidade e PH da água, densidade, fornecimento de oxigênio e uso de planilhas de acompanhamento da criação, entre outros cuidados. “É necessário seguir os parâmetros para o cultivo das diversas espécies e observar os cuidados referentes ao povoamento, manejo na engorda e controle físico-químico da água”, salientou.
No seminário, também foi possível conhecer um projeto de capacitação em piscicultura, desenvolvido no município de Luís Eduardo Magalhães e apresentado pelo administrador de empresas, com especialização em piscicultura, Benedito Afonso Ferreira. A ação foi realizada com recursos municipais e um aporte de R$ 8 milhões, do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), para a construção de uma fábrica de ração e frigorífico, importantes para o desenvolvimento da piscicultura na região.
Segundo o médico veterinário, Laerte Sérgio, os tanques escavados, também chamados de viveiros, são áreas escavadas no próprio solo – de preferência terreno argilo-arenoso – destinadas à criação de peixes de diversas espécies. Para a escolha do local, são considerados fatores como a qualidade do solo, declividade e distância do manancial.
O veterinário informou ainda que os tanques redes são estruturas fixas utilizadas para a criação mais intensiva de peixes, como os criados na região, entre eles, o tambaqui, tambacu, surubim, tambatinga, pirarucu e tilápia, em menor espaço, gerando mais produtividade, em menor tempo. Os tanques redes podem ser colocados em rios, lagoas, açudes, represas e barragens.
Estiveram também presentes ao seminário, o coordenador do programa Produzir, Marco Cardoso, o diretor técnico da Bahia Pesca, Antonio Almeida Júnior, técnicos da Bahia Pesca, EBDA, ADAB, representantes da Superintendência da Codevasf – 2ª região, do Sebrae e alunos das Escolas Agrícolas dos municípios de Santana e Santa Maria da Vitória.
Fonte: http://www.jornalnovafronteira.com.br