Como os peixes vivem na água, ela é, sem dúvida, o elemento mais importante para a sua sobrevivência. Sem água eles morrem porque a sua respiração é branquial, ou seja, através de suas brânquias eles retiram da água todo o oxigênio de que necessitam para seu metabolismo.
Pelo exposto, podemos afirmar que a qualidade da água é o fator mais importante para uma piscicultura racional. Além disso, a sua quantidade deve ser suficiente para abastecer as instalações e necessidades dos peixes.
A água para piscicultura pode ser obtida de diversas fontes, através de rios, córregos, riachos, ribeirões, açudes, reservatórios, represas, etc., desde que em boas condições sanitárias, livre de esgotos e de produtos como herbicidas, venenos, fungicidas, cloro, etc. O seu pH deve ser de 7 a 8 e a sua salinidade de até 2ppm. Importante, também, é o seu volume pois devemos levar em consideração as perdas com a infiltração, a evaporação, etc.
O transporte ou remoção da água para os reservatórios é outro problema da máxima importância, devendo ser feito por gravidade, para evitar despesas com a aquisição, operação e manutenção de bombas para a elevação da água.
Para encher um tanque ou viveiro com área de 1 hectare e 1m de profundidade, são necessários de 16.000 a 20.000m³ de água. As perdas por infiltração e evaporação giram em torno de 1 a 2cm por dia, o que exige entre 10 a 20 litros por m² ou 100 a 200m², por hectare, por dia.
Para um centro de piscicultura de tipo médio, com viveiros, tanques para matrizes, laboratórios, etc., é necessária uma vazão de 40 a 50 litros de água por segundo, inclusive durante a estação seca.
Captação da água para piscicultura
A obtenção de água para a piscicultura, como já foi mencionado, pode ser feita com o aproveitamento de rios, riachos, córregos, ribeirões, lagos, lagoas ou açudes, desde que, mesmo nas épocas de secas ou de estiagens , sejam perenes, mantendo os níveis de vazão da água.
A técnica mais comum de captação de água é, normalmente, a represa ou açude, utilizado na pecuária e para a irrigação de plantações, inclusive as permanentes, como os pomares, por exemplo. Este procedimento é utilizado principalmente nas regiões sujeitas às estiagens ou secas prolongadas.
Podemos empregar, também, a derivação simples. Esta técnica consiste na captação de água através de um canal escavado na terra ou feito de madeira, dotado de pequenas comportas para a regulagem e o controle da entrada da água, quando a sua vazão for superior à desejada. Não há necessidade, nesse caso, da execução de obras especiais, porque o volume da água que passa para o canal de derivação será o adequado, levando-a por gravidade para os locais em que ela será utilizada.
Quanto à captação de águas subterrâneas, esta pode ser feita por meio de poços simples ou artesianos. Nestes casos, é necessária a construção de um reservatório de superfície, para que haja uma melhora nas condições dessa água, pois ela é pobre em microorganismos e em gases. Essa água subterrânea deve ser utilizada quando não há água de superfície, disponível para esta atividade.
Fonte: http://www.ruralnews.com.br