A organização da Aquishow Brasil 2018 apresentou oficialmente, na noite desta quinta-feira (08/03), em Santa Fé do Sul (SP), a meta de se tornar o principal evento de toda a cadeia produtiva da aquicultura brasileira, a exemplo do que é a AquaNor, na Noruega, e a AquaSur, no Chile.
De acordo com Marilsa Fernandes, representante da prefeitura na comissão organizadora, a edição de 2018, programada para o período entre 15/05 e 18/05 consolida um processo de mudança iniciado no ano passado, quando a PeixeSP assumiu a organização. “A feira já teve um caráter comercial muito forte, mas neste ano queremos incentivar ainda mais o evento como um espaço de negócios para toda a cadeia produtiva, da produção à comercialização.”
Para tanto, a feira terá o triplo do espaço destinado à exposição. O Complexo Turístico, Cultural e Histórico de Santa Fé foi dividido em três áreas de 1000 m² cada para abrigar as 80 empresas já confirmadas. “Restam poucos espaços disponíveis para comercialização”, confidencia Fernandes. Empresas da Dinamarca já conformaram a presença e a organização ainda negocia com empresas do Canadá, Chile, Estados Unidos e França. “Não são multinacionais com escritório no Brasil, são empresas estrangeiras que se interessam na expansão do negócio aquícola brasileiro.”
Até o consumidor final será beneficiado, já que a feira terá três “tilapeiras” – máquinas de assar frango adaptadas para assar o peixe com diversos temperos. “Do que adianta mostrarmos todas as principais inovações na aquicultura brasileira se não houver maior consumo de pescado”, alerta. Força-tarefa para regularização Na visão de Fernandes, um dos principais diferenciais desta edição da Aquishow será o pool de instituições que regulamentam, investigam e financiam a atividade, para uma espécie de mutirão para regularização de empreendimentos – um dos principais gargalos do setor.
A Secretaria de Aquicultura e Pesca virá com oito técnicos para discutir regularização de Águas de União, assim como a Agência Nacional de Águas (ANA), Cetesb (órgão ambiental de SP), Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI-SP). “Todos com balcão de atendimento”, garante Fernandes. Já no fomento e apoio à atividade, terão balcões também “a Embrapa Pesca e Aquicultura, Fundo de Expansão ao Agronegócio Paulista (Feap), fazendo financiamento no evento para quem já estiver licenciado, o IPesca, o Senar [Serviço Nacional de Aprendizagem Rural] e o Sebrae”.
O Sebrae organizará ainda um encontro de negócios, previsto para o dia 17/05. Na noite desta quinta-feira, a prefeitura de Santa Fé assinou um contrato de parceria com a entidade, com vistas a ações de capacitação para pequenos e médios aquicultores do município, além do registro de indicação geográfica da tilápia de Santa Fé.
Agilidade nos debates
Preocupada com o fluxo das palestras e nível de atenção da plateia, a organização mudou a dinâmica das apresentações e debates. O modelo do ano passado – inspirado no debate eleitoral – dará lugar a dois painéis e apresentações diversas com temas de interesse do setor, como a TILV (Tilapia Lake Virus), a regularização de águas da União e inovações tecnológicas.
Os painéis abrigarão dois debates. Um deles sobre a alocação das atividades de pesca e aquicultura em uma mesma pasta na esfera governamental. “Teremos seis debatedores: três contra e três a favor. Cada um terá cinco minutos para sua explanação e depois se abre para a plateia. Tudo com condução de Luiz Ayroza [diretor do Instituto de Pesca-SP] como moderador”, explica Patrício.
A outra discussão será sobre os aspectos da comercialização do pescado no Brasil, que terá o presidente da PeixeSP, Emerson Esteves, como mediador.
Fonte: http://seafoodbrasil.com.br