Água, um dos fatores principais na piscicultura

Fonte da imagem embrapa

A qualidade da água em qualquer criação é de suma importância para o sucesso da produção, mas em piscicultura ela é a principal matéria prima do processo.

As características da água podem afetar de alguma forma a sobrevivência, reprodução, crescimento, produção ou mesmo o manejo dos peixes.

Portanto uma avaliação dos recursos hídricos disponíveis para o cultivo vai definir o plano de criação dos peixes.

Existem alguns parâmetros quantitativos e qualitativos da água que são essenciais para a aqüicultura e são eles:

Oxigênio dissolvido; pH; dióxido de carbono livre; alcalinidade total; dureza; condutividade elétrica; temperatura; transparência; nutrientes; abundância de plâncton

Temperatura

tem­pe­ra­tura da água é um dos fato­res mais impor­tan­tes nos fenô­me­nos bio­ló­gi­cos exis­ten­tes em um corpo aquá­tico.  As ati­vi­da­des fisi­o­ló­gi­cas dos pei­xes como res­pi­ra­ção, diges­tão, excre­ção, ali­men­ta­ção, e movi­men­ta­ções estão liga­das a tem­pe­ra­tura da água

Transparência

.A trans­pa­rên­cia, é um índice que deter­mina a capa­ci­dade de pene­tra­ção de luz na água, medido pelo disco de Sec­chi. O equi­pa­mento trata-se de um disco branco e preto, com diâ­me­tro de 25 cm , preso a um cor­dão gra­du­ado de 10 em 10 cm e um peso de chumbo, para que este afunde quando imerso na água, este ins­tru­mento nos orienta em relação a carga orgânica da água, ou seja, quanto menor a transparência maior será a quantidade de algas que o viveiro possui naquele momento, isto nos da uma idéia do nível de carga orgânica do viveiro, que apartir de um determinado ponto passa a ser perigosa.

Para cri­a­ção de alevinos em gai­o­las deve­mos ter trans­pa­rên­cia no mínimo de 30 cm e quanto maior a trans­pa­rên­cia melhor será a oxi­ge­na­ção pos­si­bi­li­bi­tando uma maior den­si­dade de esto­ca­gem e mais rápido será o  crescimento dos peixes.

Ph

O Ph, outro fator impor­tante na pro­du­ti­vi­dade do viveiro para o alevino é o poten­cial de íons de hidro­gê­nio, deno­mi­nado de “pH”. O pH é uma medida que for­nece a quan­ti­dade de íons de hidro­gê­nio livre na solu­ção, (poten­cial hidro­ge­ni­ô­nico), é a pro­por­ção entre as con­cen­tra­ções de íons hidro­gê­nio (H+) e íons hidro­xila (OH-).

O maior res­pon­sá­vel por sua vari­a­ção é o ácido carbô­nico, pro­ve­ni­ente do gás carbô­nico pro­du­zido pelo fito­plânc­ton durante a fotos­sín­tese, o qual, quando em excesso, torna o pH ácido e, quando em baixa quan­ti­dade, torna o pH alca­lino ou básico.

Acalinidade

A alca­li­ni­dade, refere-se à con­cen­tra­ção total de bases na água, indica a capa­ci­dade de troca de cáti­ons, medida em equi­va­lente mili­grama de car­bo­nato de cál­cio (mg/l), a quan­ti­dade ideal da água de um viveiro deve osci­lar entre 20 a 100 mg/l de Car­bo­nato de Cal­cio, fun­ci­ona como um tam­pão regu­la­dor do pH da água.

Dureza Total

A dureza total, indica a con­cen­tra­ção de íons metá­li­cos, prin­ci­pal­mente os íons de cál­cio (Ca2+) e mag­né­sio (Mg2+), pre­sen­tes na água. É expressa em equi­va­len­tes de CaCO3. Os valo­res de dureza total pra­ti­ca­mente encontram-se asso­ci­a­dos à alca­li­ni­dade. A pre­sença des­ses íons metá­li­cos tam­bém poten­ci­a­liza a toxi­ci­dade de vários pro­du­tos químicos.

Condutividade Elétrica

A con­du­ti­vi­dade elé­trica , é um indi­ca­dor da capa­ci­dade da água con­du­zir ele­tri­ci­dade. A con­du­ti­vi­dade elé­trica pode ser medida atra­vés do con­du­ti­ví­me­tro, uni­dade (µS/cm). A con­du­ti­vi­dade pos­sui grande pro­por­ci­o­na­li­dade com as con­cen­tra­ções dos prin­ci­pais íons deter­mi­nan­tes da sali­ni­dade como cál­cio, mag­né­sio sódio, car­bo­na­tos e cloretos.Na prá­tica, para os orga­nis­mos aquá­ti­cos, quanto maior a con­du­ti­vi­dade mais car­re­gado de íons estará o sistema.

A quan­ti­dade de gases dis­sol­vi­dos é uma carac­te­rís­tica da água que afeta a qua­li­dade pro­du­tiva de um corpo d’água.

Todos gases são solú­veis em água, em menor ou maior proporção.

Oxi­gê­nio

O oxi­gê­nio,  a dimi­nui­ção do oxi­gê­nio na água pode ser cau­sada pela res­pi­ra­ção dos orga­nis­mos vege­tais e ani­mais, pela decom­po­si­ção das subs­tân­cias na água, pela ele­va­ção da tem­pe­ra­tura e pela inten­si­dade dos pro­ces­sos bioquí­mi­cos (decom­po­si­ção e respiração).

A quan­ti­dade de oxi­gê­nio ideal para um viveiro está em torno de 4 a 10 mg/l e pode ser medido por equi­pa­men­tos que for­ne­cem de forma direta ou por aná­lise quí­mica.

Todas as for­mas de vida ani­mal ou vege­tal res­pi­ram ina­lando oxi­gê­nio e exa­lando dió­xido de car­bono. Quando um ambi­ente aquá­tico é poluído com maté­ria orgâ­nica, o con­sumo de O2 (res­pi­ra­ção) excede os níveis acei­tá­veis, resul­tando na deple­ção do mesmo. Se o dese­qui­lí­brio per­sis­tir (con­di­ções ana­e­ró­bi­cas), pei­xes e a maior parte de outros ani­mais serão eliminados.

Gás Carbônico

O gás carbô­nico, encontra-se dis­sol­vido na água e/ou em forma de sais de car­bo­na­tos e bicar­bo­na­tos. As fon­tes de pro­du­ção são a atmos­fera, res­pi­ra­cão dos animais aquaticos e ati­vi­da­des bac­te­ri­a­nas. A quan­ti­dade des­tes sais os car­bo­na­tos e bicar­bo­na­tos são impor­tan­tes para manu­ten­ção da dureza e pH da água. O metano e o gás sul­fí­drico são pro­du­zi­dos pela decom­po­si­ção da maté­ria orgâ­nica, são alta­mente tóxi­cos para mai­o­ria dos orga­nis­mos aquáticos.

Amônia

A amô­nia, é uma forma de nitro­gê­nio inor­gâ­nico, alta­mente solú­vel e assi­mi­lada por alguns orga­nis­mos fito­plantô­ni­cos, tóxica para os pei­xes a níveis de 0,6 a 2,0 mg/l. O nitro­gê­nio ocorre tam­bém nos ambi­en­tes aquá­ti­cos nas for­mas de nitrito e nitrato e é absor­vido pelas plan­tas nas for­mas de nitrato e amônia.