Boletins divulgam dados de produção da pesca artesanal no Tocantins e no Pará
O Propesca, projeto de pesquisa da Embrapa e de parceiros, começa a divulgar boletins periódicos com dados coletados nas diversas comunidades de pescadores artesanais envolvidas no Pará, no Tocantins e em Roraima. São basicamente trabalhados três dados principais: a produção média mensal por pescador; a renda líquida média mensal também por pescador; e as principais espécies de peixe capturadas.
Os dados referem-se ao período entre março e junho, correspondente à primeira metade da época em que a pesca artesanal profissional é autorizada no Tocantins e no Pará. Até o final de outubro, os pescadores poderão continuar trabalhando, tendo que se afastar de sua atividade profissional durante o defeso, que vai de novembro a fevereiro do ano seguinte nos dois estados. Em Roraima, as épocas de defeso e de autorização da pesca artesanal profissional mudam, sendo que a atividade fica proibida entre março e junho e é autorizada entre julho e fevereiro do ano seguinte.
Para o coordenador do Propesca, o pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) Adriano Prysthon, os boletins são uma maneira de manter o andamento dos trabalhos. “Este momento de pandemia tem sido delicado. Os pescadores estão preocupados em não se contaminar e tomando os devidos cuidados e é difícil dar atenção às estatísticas. Porém, esta devolutiva na forma de boletins, com informações da pesca neste momento, é fundamental não apenas para reforçar a atuação do Projeto Fundo Amazônia durante a pandemia mas, principalmente, para reforçar com as comunidades a importância de saberem o quanto estão produzindo, qual a renda vinda da pesca e quais peixes são mais capturados em cada comunidade, assim como valorizar o trabalho do monitor pesqueiro em cada comunidade”, explica.
O Projeto Integrado para a Produção e o Manejo Sustentável do Bioma Amazônia (PIA) é um conjunto de 19 projetos coordenados por diferentes Unidades da Embrapa que são financiados pelo Fundo Amazônia e operacionalizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Propesca é um desses 19 projetos. Além dele, a Embrapa Pesca e Aquicultura coordena três no âmbito do PIA. A figura do monitor pesqueiro citada pelo coordenador do Propesca é essencial, já que é ele quem acompanha os desembarques nas comunidades participantes do projeto.
Dados que variam – Os dados coletados nas 11 comunidades envolvidas no projeto no Pará (seis) e no Tocantins (cinco) variam tanto entre si, como ao longo dos quatro meses monitorados. Por retratarem uma época diretamente afetada pela pandemia de Covid-19, os boletins podem apresentar números impactados pela evolução da doença. E os impactos, também, variam. Segundo Adriano, “a pandemia afetou a pesca e o comércio negativamente em algumas comunidades e em outras, positivamente, entre março e junho deste ano. Ou seja, apesar de estarem no mesmo rio, a dinâmica de pesca e comercialização sofre diferentes efeitos nas comunidades”.
Clique em cada município ou comunidade para acessar os respectivos boletins:
Apinagés, São João do Araguaia-PA
entorno do Pedral do Lourenção, PA
Santa Cruz, São Geraldo do Araguaia-PA
O Propesca vai até 2021, tem coordenação geral da Embrapa Pesca e Aquicultura e conta com coordenadores regionais em cada um dos três estados em que desenvolve ações. No Pará, quem está à frente é a professora Cristiane Cunha, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Já no Tocantins os trabalhos são coordenados por Onivaldo Rocha, da Cooperativa de Trabalho, Prestação de Serviços, Assistência Técnica e Extensão Rural (Coopter). E em Roraima quem coordena as ações é o pesquisador Sandro Loris, da Embrapa Roraima (Boa Vista-RR).