Associação de criadores de peixes prevê recorde de produção neste ano, com crescimento de pelo menos 10%
A piscicultura brasileira viveu um ano de altos e baixos em 2020. Enquanto no primeiro semestre pesaram as incertezas da pandemia, no segundo a demanda reaqueceu e o setor fechou com um desempenho muito favorável, em grande parte devido à exportação.
De acordo com a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), foram produzidas 802 mil toneladas de peixes de cultivo no ano passado, contra 758 mil em 2019. O número representa um crescimento de 5,93%. A previsão para 2021 é crescer pelo menos 10%, passando de 880 mil toneladas.
O principal responsável pelo crescimento foi a tilápia, que responde por mais de 60% da criação no Brasil. No ano passado, a produção da espécie, considerada o “frango dos peixes” pela sua versatilidade, cresceu 12,5%. A tilápia é um peixe de água doce originário da África mas distribuída em todas as partes do planeta. A espécie é caracterizada por ter escamas e um corpo alto e comprido, podendo atingir 45 centímetros de comprimento e 2,5 quilos de peso.
Agora, o setor projeta um crescimento recorde de dois dígitos, segundo projeção do presidente executivo da Peixe BR, Francisco Medeiros.
Produtores esperam ano recorde para a piscicultura
A expectativa para 2021 é de uma supersafra. Francisco Medeiros, da Peixe BR, explica que no segundo semestre do ano passado havia expectativa de aumento nas exportações, mas com o reaquecimento da demanda interna as vendas para fora diminuíram.
De acordo com o executivo, o movimento atual é o contrário. “Devemos ter neste segundo semestre exportações maiores que as registradas em 2020”, diz. No ano passado, o setor fechou o ano com 8% a mais nos embarques, passando de 6,2 toneladas para 6,8.
Como na maioria dos produtos do agro, o dólar alto favorece a exportação, mas Francisco explica que o mercado interno está pagando mais. Para consolidar as exportações, os piscicultores precisam de incentivos fiscais. “Queremos poder exportar sem pagar impostos”, diz.
Hoje, segundo o executivo, a exportação é utilizada como um controlador para a estabilização dos preços. “Quando há redução de consumo interno a tendência é vender o produto para fora. Se o mercado volta a comprar, o produto fica aqui dentro.”
Fonte: https://economia.uol.com.br/