Fenômeno é comum na época de cheia no Pantanal, diz pesquisadora. Pescadores precisam paralisar atividades por conta da decoada.
A decoada chama atenção pela quantidade de peixes mortos no Pantanal de Mato Grosso do Sul. No rio Paraguai, por exemplo, cardumes inteiros de pintado, cachara e armal são vistos mortos na região de Porto Morrinho, a 70 km de Corumbá. Assunto foi mostrado, neste domingo (19), em reportagem do MS Rural.
Essa mortandade, segundo a pesquisadora da Embrapa Pantanal Emiko Rezende, é um fenômeno comum na época das cheias na bacia do Pantanal. “Quando vem a frente de cheia, que alaga toda a vegetação terrestre que apodrece, esse apodrecer significa consumir oxigênio. Então o oxigênio na água reduz, aí boa parte dos peixes morrem”, explica.
Com ajuda de um medidor de oxigênio, a pesquisadora analisa as propriedades da água. Em uma rápida medição, o aparelho aponta que a água está acima dos 30ºC e que o índice de oxigênio está bem abaixo das condições ideais. Por isso, as espécies mais sensíveis são as mais afetadas.
“[Água] está com com 0,65 miligramas. É muito pouco. Então a água está em decoada mesmo. Tem pouco oxigênio para os peixes, então eles estão morrendo. O ideal para os peixes é que esteja acima de 4”, afirma.
O fenômeno natural é fundamental para o equilíbrio no Pantanal. Mesmo assim, a Polícia Militar Ambiental (PMA) intensifica a fiscalização, pois apesar de não ser crime pescar neste período, é preciso respeitar o tamanho e não usar petrechos proibidos.
A decoada afeta diretamente a vida de quem tira o sustento de toda a família das águas. Enquanto este processo natural continuar nos rios, os pescadores pantaneiros precisam paralisar as atividades.
Fonte: http://g1.globo.com