Dez pirarucus de Roraima receberam chips de identificação eletrônica nesta quarta-feira (2). A tecnologia tem o objetivo de facilitar a reprodução, evitar a pesca predatória e a propagação de doenças. O chip mede pouco mais de um centímetro e é inserido debaixo das escamas do peixe reprodutor, conhecido como ‘bacalhau da Amazônia’.
O equipamento possui um número de identificação, semelhante a um registro geral, que é cadastrado e recebe dados de espécie, origem do animal, sexo, e em qual tanque o peixe está na psicultura. Para efetuar a identificação do chip, um leitor é utilizado.
Após a colocação do chip, basta que o produtor passe o equipamento sob o local onde o equipamento foi instalado no animal e aguarde a numeração ser lida pelo leitor. Cada chip custa em média R$ 10 e o leitor pode ser adquirido por R$ 900.
Um dos principais objetivos da ação é aumentar a produção de alevinos, os filhotes de peixes, para evitar que os produtores roraimenses, ao invés de comprar animais fora do estado, invistam no fornecimento local, aumentem a produção e possam vender a carne de peixe por preços mais baixos e, assim, beneficiar os consumidores.
Os chips foram instalados por especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ministério da Pesca (MPA) e técnicos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
De acordo com o pesquisador da Embrapa pesca e agricultura, Anderson Alves, o procedimento de chipagem deve ajudar os produtores de peixe a melhorar a produção e a organização dos animais. Segundo ele, o cadastramento das informações de cada pirarucu facilita a reprodução e dificulta a propagação de doenças.
“Como a tecnologia só é instalado em animais reprodutores, a colocação do chip facilita a organização da psicultura. Se um produtor quer que os peixes se reproduzam, ele pode usar o leitor, consultar quais animais são aqueles e depois escolher qual o melhor par para se reproduzir”, disse acrescentando que os pares de reprodução não devem ser parentes, pois o acasalamento entre eles aumenta a probabilidade de os filhotes nascerem com deformidades.
Conhecido como o ‘bacalhau da Amazônia’, por conter propriedades semelhantes ao típico peixe da Noruega, o pirarucu chega a atingir 2 metros e 250 kg e é um dos peixes mais nobres da região Norte. Por conta disso, desde 2009 começou a receber chips nas chamadas ‘matrizes’, peixes criados para a reprodução, por meio do Projeto Pirarucu da Amazônia.
Fonte: http://g1.globo.com