O Brasil confirmou, em 2013, sua grande vocação para a produção de pescado, a proteína animal mais consumida no mundo, e deve alcançar uma produção histórica. As estimativas apontam para um volume de 2,5 milhões de toneladas, acima do estabelecido como meta no Plano Safra da Pesca e Aquicultura, do Ministério da Pesca e Aquicultura, em 2014, criado para estimular a produção e o consumo de peixes no país.
No cenário nacional do segmento pesqueiro, o Paraná se posiciona como o quinto Estado produtor de pescados, atrás do Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Ceará. Estima-se que 22 mil propriedades rurais paranaenses possuem algum sistema de produção de peixe. Conforme dados oficiais do Ministério da Agricultura e Pecuária, os produtores criam, principalmente, a tilápia, que responde por 75% do volume total de pescados no Paraná. A pretensão é dobrar o cultivo de peixes das atuais 40 mil toneladas para 80 mil até 2015.
O panorama positivo para o setor de pesca no Paraná se deve, em grande parte, à participação de engenheiro de pesca em todo o processo da cadeia produtiva. De acordo com o engenheiro agrônomo Ricardo Araújo, facilitador do Departamento de Fiscalização (DEFIS) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR), apesar das profissões de nível técnico e superior em piscicultura ainda se encontrarem pouco divulgadas na sociedade brasileira, estes profissionais têm atuação imprescindível em toda a cadeia de produção de alimentos em meio aquífero, pela proteção do meio ambiente aquático e pelo desenvolvimento da tecnologia de pesca. ”Esta importância se concretizou com a criação do Ministério da Pesca e da Aquicultura do Brasil no ano de 2009”, observa.
Araújo explica que o engenheiro de pesca e os técnicos em piscicultura são profissionais com competência para desenvolver atividades técnicas, utilizando-se dos recursos naturais aquícolas, visando ao cultivo e exploração sustentável em meios marítimos e fluviais.
Para tanto realizam várias atividades como, por exemplo, a aquicultura que consiste no desenvolvimento de técnicas de criação de animais aquáticos em cativeiro, como peixes, moluscos, algas, crustáceos, dentre outros. “Atualmente, esta é a área mais difundida entre estes profissionais, considerando a grande demanda mundial de alimentos”, explica.
O engenheiro de pesca também é responsável por desenvolver tecnologias que possibilitem a captura, beneficiamento, conservação e industrialização do pescado, garantindo modernização da atividade pesqueira e redução de desperdícios. Os profissionais atuam em toda a extensão pesqueira visando ao desenvolvimento econômico e social de uma determinada região.
O facilitador do CREA-PR alerta que os produtores de pescados devem contar com a presença desses profissionais nos projetos de execução de viveiros de terra e de tanques-redes, pois os engenheiros de pesca estão sempre envolvidos com pesquisas que contribuem, sobremaneira, para a evolução técnica da atividade. “O engenheiro de pesca está ciente do potencial pesqueiro nacional e das possibilidades de geração de renda que o setor oferece, sobretudo por meio da aquicultura”, fala. O País conta com 13% da água doce do mundo e um extenso litoral, ou seja, grandes áreas aptas ao desenvolvimento de projetos aquícolas.
Fonte: http://www.tnonline.com.br