Especialista diz que bagres que feriram banhistas estavam mortos

Peixe ficou preso na região da barriga da banhista (Foto: Marcelo Araújo Tamada / Arquivo Pessoal)
Peixe ficou preso na região da barriga da banhista (Foto: Marcelo Araújo Tamada / Arquivo Pessoal)

Duas banhistas foram feridas por bagres no final de semana em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Os casos preocupam moradores e turistas, mas o biólogo Alexandre Pires Marceniuk, especialista em peixes marinho-estuarinos, não vê motivo para pânico. Em entrevista ao G1, o biólogo afirmou que a espécie não ataca humanos e que, no momento do acidente, os animais provavelmente estavam mortos.

“O peixe não vai ao encontro da pessoa. Ele vai evitar ter contato com ela e, por isso, não vai atacar. Tenho 90% de certeza de que estavam mortos. As pessoas esbarram e acontece isso. Eles podem ter sido descartados em barcos de pesca e trazidos pelas ondas”, explicou.

Os animais que causaram os acidentes, segundo o especialista, vivem perto do solo, em uma profundidade média de 20 metros. No momento dos ferimentos, as mulheres estavam com água na altura da cintura. Uma delas foi atingida no cotovelo e outra, na barriga.

Durante o resgate das vítimas, os peixes, que têm três espinhos espalhados pelo corpo, nas nadadeiras peitorais e dorsais, não se mexiam.

As regiões de Itanhaém onde os acidentes aconteceram são próximas e marcadas pelo encontro do rio com o mar. Marceniuk diz que os locais são tradicionalmente frequentados pelos bagres durante a época de reprodução. No entanto, eles costumam ficar em alto mar, longe dos banhistas.

“Todos os anos eles fazem esse trajeto por causa da reprodução. De qualquer forma, acho que precisa investigar o que aconteceu. Os peixes morreram por algum motivo e, por estarem mortos, podem ter sido lançados pela maré espetando as pessoas”, disse.

O biólogo aconselhou os banhistas que frequentam as praias a ficarem atentos, já que os espinhos podem causar graves ferimentos.

“É como se fosse um anzol. Ele entra fácil e é muito difícil de sair. Os ferrões causam uma infecção. Se alguém puxar o espinho vai ser pior ainda porque pode causar uma dilaceração. Tem que ir ao médico de qualquer jeito”, afirmou.

De acordo com Marceniuk, os bagres-marinhos são extremamente comuns no litoral brasileiro e, apenas em São Paulo, existem pelo menos oito espécies diferentes. Eles comem moluscos, camarões e peixes menores.

Mais informações em: http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2016/01/especialista-diz-que-bagres-que-feriram-banhistas-estavam-mortos.html

Fonte: http://g1.globo.com/sp