Pecuaristas, piscicultores e produtores rurais de mais de oito vicinais de Caroebe, no Sul de Roraima, têm sido afetados pela estiagem que atinge o município. Em entrevista ao G1 nesse domingo (17), o secretário de meio ambiente da região, Francisco Lima, informou que o problema se agravou desde o início de janeiro, quando igarapés e açudes baixaram o nível de água.
De acordo com o secretário, as vicinais 011, 05 e 04 são as mais afetadas com relação ao cultivo da banana. O município de Caroebe é o maior produtor e exportador do fruto no estado.
“Fizemos visitas nessas regiões e verificamos que a situação está bastante crítica e preocupante. Há casos em que os bananais pegaram fogo e o produtor perdeu toda a plantação. Hoje o que era banana considerada de ‘terceira’ é a que está sendo vendida, pois não há outra alternativa”, explica Lima.
Outros problemas relatados pelo secretário, são a falta de pasto para o gado e a seca em açudes de criação de tambaqui.
Conforme Lima, há pecuaristas que não estão conseguindo pagar financiamentos por não ter para quem vender o boi de corte.
Com relação à produção de peixe, alguns piscicultores retiram os tambaquis antes do tempo previsto e vendem abaixo do preço de mercado ou, em alguns casos, fazem doação do pescado.
O prejuízo da seca em Caroebe ainda não foi calculado. Um relatório elaborado pela prefeitura da cidade em conjunto com os produdores afetados deve ser finalizado e enviado ao governo federal nesta segunda-feira (18).
“Estamos produzindo o relatório da situação de emergência com o levantamento dos pontos mais críticos para buscar apoio”, disse Lima, acrescentando que a prefeitura da região enviou máquinas que trabalham com escavação de cacimbas para as propriedades com maior dificuldade.
Governo deve decretar situação de emergência
Em nota, a secretaria de comunicação do governo informa que a Defesa Civil está analisando a documentação encaminhada pelos municípios afetados pela forte estiagem. A nota ressalta que este mês será decretada situação de emergência.
Com a decretação de situação de emergência, a Defesa Civil e a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) poderão executar ações emergenciais, como a contratação de 150 brigadistas para reforçar o controle de focos de incêndio e monitoramento dessas áreas.
A Seapa, segundo o governo, vai trabalhar na escavação de cacimbas em propriedades rurais, para garantir água aos animais e atender a outras necessidades.
“Informa ainda que 200 bombeiros militares estão em campo contendo incêndios que ameaçam propriedades rurais, matas ciliares, encostas e serras, inclusive no Sul do estado, onde o Corpo de Bombeiros reforçou a Companhia com envio de mais viaturas e bombeiros militares. Ressalta que a situação climática está propícia, somado ao vento forte, calor intenso e baixa umidade”, conclui a nota.
Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br