Fartura de peixes aumenta visita de baleias no litoral norte de SP

Neste ano foram avistadas 13 baleias, no ano passado foram três. Oceanógrafo também estuda relação das aparições com frio atípico no sul.

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Tem sido mais comum avistar baleias no litoral norte de São Paulo. A explicação, segundo o Instituto Argonauta, que monitora os animais marinhos na região, pode ser a fartura de peixes. De janeiro a junho deste ano, foram avistadas13 baleias. O número é quatro vezes maior do que no mesmo período em 2015, quando três baleias foram flagradas por turistas e moradores.

De acordo com o oceanógrafo do instituto, Hugo Gallo, a maioria das baleias é da espécie jubarte e Bryde. Para ele, a aparição delas em grande número na costa norte paulista é um fenômeno atípico.

“Diversos fatores podem ter influenciado este aumento, o principal é que neste ano houve um redução das licenças para barcos indutriais atuarem na pesca de tainha em Santa Cataria e Rio Grande do Sul. Como consequência, a oferta de peixes dessa espécie que estão sendo encontrados tem sido maior também no litoral norte. Somado à isso, as baleias que sempre passaram pela região migrando, têm ficado mais tempo, para se alimentar. Isso explica tantos avistamentos “, contou.

O instituto monitora a presença dos animais e constatou que muitas das baleias foram flagradas se alimentando.

Outro fator que pode ter influenciado é o inverno mais rigoroso na região. “Não sabemos ainda o quanto isto influência, mas como também o frio foi atípico, pode ter uma parcela de contribuição”, avaliou Gallo.

Redes de pesca
13575954_1242357075776578_9037384704647703312_oAlém das 13 baleias flagradas nadando na região, em um processo de migração para o sul da Bahia para se reproduzirem, o oceanógrafo contou que outras cinco foram achadas mortas, contra três no mesmo período do ano passado. “Destas, sabemos que pelo menos duas tiveram o óbito relacionado com as redes de pesca”, disse.

No último fim de semana, uma baleia presa em uma rede foi salva por uma família em São Sebastião. A ação foi fundamental para a sobrevivência do mamífero.

Acrobacias
Muitas vezes as baleias presenteiam os turistas e moradores com saltos acrobáticos.

O capitão Adrian Fuhrhausser  trabalha com passeios de barcos e lanchas com turistas que visitam São Sebastião. Ele trabalha com o turismo há 20 anos e afirma que cada vez mais tem visto mais animais próximo da costa.

“Já vi muitas baleias, mas cada emoção é única. Cada uma tem uma característica diferente. Na semana passada vi uma sem a parte direita da cauda e me marcou. Fiquei imaginando se ela teria cortado em uma rede, se ela estava atrasada em relação as outras”, contou.

Como ele trabalha com turistas, ele acompanha a reação de cada um ao ver um animal marinho pela primeira vez. “A reação varia muito, mas é sempre de delírio, uns gritam, uns choram. Sempre é uma emoção muito forte”, contou

rientação
Ao ver um animal marinho em alguma situação de risco, o oceanógrafo orienta acionar o Corpo de Bombeiros pelo 190 ou para o SOS Animais Marinhos do Instituto Argonauta pelo 0800-642-3341.

Para que a segurança do animal e do turista ou morador seja preservada, o oceanógrafo dá algumas recomendações para observar uma baleia com segurança.

“Existe uma lei de que no caso de baleias e golfinhos, o barco precisa ficar no mínimo a 100 metros de distância com o motor ligado e 50 metros com o motor desligado. As demais espécies não têm  limitações, mas é bom tomar cuidado para não assustar, nem atropelar o animal com barcos ou moto aquáticas”, explicou.

Fonte: http://g1.globo.com