PeixeBR não vê razão para se preocupar
O Brasil registrou um caso positivo do vírus da necrose infecciosa de baço e rim ISKNV (Infectious Splenn and Kidney Necrosis Virus) em uma fazenda de engorda de tilápias em Gouverlânia (GO), confirmou nesta manhã a Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recebeu, em 31/07, um laudo diagnóstico referente a peixes moribundos provenientes desta fazenda feito pelo laboratório Aquavet.
A coleta da amostra analisada não é oficial, mas o resultado é reconhecido pelo Mapa. O presidente-executivo da PeixeBR, Francisco Medeiros, avalia que a doença ainda não representa um motivo de preocupação à aquicultura brasileira. “Não temos nesse momentoperdas econômicas decorrentes do mesmo”, disse à Seafood Brasil nesta manhã.
O ISKNV é um iridovírus já estabelecido no Japão e Sudeste Asiático há anos, mas emergente na África (Gana), onde o setor produtivo já adota medidas de controle, entre os quais a vacinação. No Brasil ainda não há o registro da vacina, mas a entidade espera o lançamento para breve.
“A investigação oficial do Serviço Veterinário Oficial (SVO) no estabelecimento de origem identificou mortalidade baixa, com peixes assintomáticos, animais que não apresentam sinais da doença, prontos para abate”, diz comunicado da PeixeBR. Os peixes estavam alojados em tanques-rede instalados no reservatório de São Simão, na divisa entre os estados de Goiás e Minas Gerais.
“As despescas programadas pela propriedade foram autorizadas para processamento em estabelecimento sob Serviço de Inspeção Federal (SIF), no mesmo estado, uma vez que esta enfermidade não é uma zoonose, ou seja, não representa riscos à saúde humana.” A doença não é de notificação obrigatória pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), mas como trata de um vírus emergente a OIE recomenda que o país cuja ocorrência desta enfermidade seja detectada faça o relato.
De acordo com a PeixeBR, há registros na literatura acadêmica de ocorrência deste vírus em peixes ornamentais no Brasil há pelo menos 2 (dois) anos. “Como as principais mortes ocorrem nos alevinos e juvenis, as principais empresas têm protocolos de segurança nessa área”, completou.
Créditos da imagem: Flickr/Codevasf