O filhote vem sendo tratado por um morador que o alimenta com leite de vaca. Equipe do Batalhão Ambiental do Amazonas deve retornar às 18h desta terça-feira e encaminhar o mamífero para reabilitação no Instituto Nascional de Pesquisas da Amazônia (Inpa)
Equipe do Batalhão Ambiental do Amazonas viajou às 15h desta terça-feira (2), para a localidade do Paraná do Manaquiri, no município do mesmo nome, a 65 quilômetros de Manaus, a fim de resgatar um filhote de peixe-boi encontrado encalhado no igarapé do Barroso.
A equipe saiu de Manaus por volta das 15h. De acordo com o sargento do Batalhão, Souza Andrade, o peixe será transportado para Manaus e encaminhado para o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). A previsão de retorno a capital amazonense é para as 18h.
O filhote foi resgatado por moradores e se encontra abrigado na casa do morador conhecido por “Sr.De Assis” que alimenta o filhote com leite de vaca.
De acordo com a bióloga Isabel Reis, da Associação Amigos do Peixe-Boi, (Ampa) ao chegar a Manaus o filhote deverá ser avaliado por um veterinário sobre suas condições de saúde, peso, idade, a fim de passar por um processo de reabilitação de vida, onde inclui-se uma programação de reintrodução da espécie ao seu habita natural. Tudo isso por meio de monitoramento feito através um cinto radiotransmissor.
Todo esse processo de reabilitação, segundo a bióloga, demora cerca de cinco anos.
Características do peixe boi (site Ampa)
O peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis) é o menor dos peixes-bois existentes no mundo. Alcança 2,8 a 3,0 m de comprimento e pode pesar até 450 kg. Seu couro cinza escuro é extremante grosso e resistente.
A maioria dos indivíduos tem uma mancha branca na região ventral. Esta característica, juntamente com a ausência de unhas nas nadadeiras peitorais, ajuda a distingui-lo do peixe-boi marinho e do africano.
Essa espécie é também, a única que ocorre exclusivamente em água doce, podendo ser encontrada em todos os rios da bacia Amazônica. Alimenta-se essencialmente de plantas aquáticas e semi-aquáticas, e chega a consumir mais de 8% do seu peso corporal em alimento por dia.
Seu metabolismo é de apenas 36% daquele previsto para um mamífero placentário do mesmo porte. Isto o permite permanecer mais de 20 minutos em baixo da água, sem respirar. A fêmea de peixe-boi produz em geral, apenas um filhote a cada gestação e este filhote pode mamar por mais de dois anos.
No passado, os peixes-bois foram muito caçados pela sua carne e couro. Hoje a caça, embora ilegal, é ainda feita principalmente pelas populações ribeirinhas, para o consumo da carne. Além da caça, as principais ameaças ao peixe-boi são a destruição e a degradação do habitat, incluindo a liberação de mercúrio e agrotóxicos nos rios.
Represas hidrelétricas atuam como barreiras e isolam populações, limitando a variabilidade genética da espécie. Frequentemente filhotes são acidentalmente capturados em redes de pesca e alguns resgatados pelo IBAMA e órgãos ambientais.
Fonte: http://acritica.uol.com.br/