Com a marca própria, a Saciatta, a meta é iniciar o projeto em São Paulo e reforçar o trabalho em Mato Grosso
Uma das maiores empresas do agro brasileiro, a Bom Futuro, anunciou que começará a vender seu peixe no varejo. Com a marca própria, a Saciatta, a meta é iniciar o projeto em São Paulo e reforçar o trabalho em Mato Grosso, local onde a empresa tem sede na capital Cuiabá.
A Bom Futuro é dona de 33 fazendas, onde produz soja, milho, algodão e boi, principalmente. São cerca de 580 mil hectares de lavouras, sendo a oleaginosa o seu carro-chefe. Mas, o investimento na piscicultura não é de hoje, como destaca a Forbes.
Desde os anos 2000, Eraí Maggi Scheffer, um dos controladores do grupo, juntamente com os irmãos, investe na piscicultura, mas sua atuação no setor terminava nos atacadistas para a quase totalidade do cultivo do pescado. A piscicultura fica na fazenda Filadélfia, no município de Campo Verde, onde há 250 hectares de lâmina d’água, com capacidade atual para 3.000 toneladas de tilápia.
Herbert Carli Junior, coordenador de Pecuária e Piscicultura da Bom Futuro, conta que a marca, há algum tempo, vem atendendo o atacado, especialmente os mercados de São Paulo. “Com a nova estratégia [de marca], pretendemos direcionar 50% da produção ao mercado mato-grossense [e o restante para a diversificação].” Atualmente, são processadas 100 toneladas de pescado ao mês, com produção de 30 toneladas de filé de tilápia.
A meta é aumentar o processamento em cerca de 25% e dobrar a produção. “O objetivo é que em seis meses estejamos processando 150 toneladas por mês e produzindo 50 toneladas de filé de tilápia”, afirma. “Para isso, investimos na planta frigorífica, que fica em Campo Verde, e na contratação de novos colaboradores”, falou. Com investimento da ordem de R$ 2 milhões, em anos anteriores na construção de um frigorífico, a empresa tem capacidade instalada para abater 10 toneladas de peixe por dia.
Além da tilápia, a empresa cultiva tambaqui, pintado e piauçu, espécies nativas que são uma aposta de futuro na diversificação do apetite do consumidor, mais a tambatinga, um híbrido de dois nativos: o tambaqui e o pirapitinga. Mas a marca criada pela Bom Futuro é direcionada à venda da tilápia por ser o peixe com o maior atrativo comercial. De janeiro a novembro deste ano, o faturamento da Bom Futuro com peixes processados foi da ordem de R$ 12 milhões, aumento de 68% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os ensaios com a marca própria renderam R$ 82.000 e mostraram que o caminho escolhido tem potencial.
https://www.seafoodbrasil.com.br/