Segundo o Ministério da Agricultura, três plantas de piscicultura foram habilitadas pelos chineses nesta semana, somando o total de 110 indústrias.
A habilitação de três novos frigoríficos de peixes de cultivo para a China nesta semana deixou o setor mais otimista com a possibilidade de embarques futuros. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), agora já são 110 plantas aptas a vender para os chineses.
“As habilitações visam novas oportunidades. Havia um trânsito entre empresários dos dois países e, agora, esses processos acontecem de forma remota. Nós esperamos que, passada a pandemia do coronavírus, os empresários voltem a se encontrar para fazer negócios. Isso impacta a velocidade da venda de produtos”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros.
As novas indústrias habilitadas ficam no Rio de Janeiro, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. A leitura é que as aprovações estimulem a exportação à China para além dos produtos derivados. Segundo o Agrostat, base de dados do Mapa, o Brasil exportou 40,3 mil toneladas de peixes e subprodutos para diversos países em 2019, com receita de US$ 198 milhões.
Desse montante, os Estados Unidos foram responsáveis pela compra de 14,4 mil toneladas (35,7%), com US$ 93 milhões em receita (46,9% do total). Maior parceira comercial do Brasil, a China comprou 6 mil toneladas (14,8% dos embarques), com receita de US$ 20 milhões (10% do total).
De acordo com o executivo da Peixe BR, isso é explicado porque a China é um dos maiores produtores de tilápia do mundo. Por isso, as vendas ao país acabam limitadas a subprodutos, como pele, escama, óleo e farinha. “Muitas empresas ainda não venderam tilápia ou tambaqui. Mas estão preparadas. Há oportunidades para atender a China com vários produtos”, diz Medeiros.
Segundo o diretor do Departamento de Temas Técnicos, Sanitários e Fitossanitários do Ministério da Agricultura, Leandro Diamantino Feijó, são 30 espécies de peixes aprovadas para a exportação aos chineses. Por solicitação do setor privado brasileiro, o governo federal tenta a aprovação de outras 39, o que pode potencializar ainda mais as vendas externas.
“A China vai avaliar esse pedido porque precisa de uma análise de risco de todas as espécies, onde é verificado se há ações de mitigação de risco animal ou outra questão que eles julguem necessário”, explicou Feijó. “Não há garantias da comercialização. Mas temos essa perspectiva bem positiva por conta do aumento dos tipos de pescados que podemos exportar para a China”, avalia Feijó.
Fonte: https://revistagloborural.globo.com