Instituto de Pesca participa de descoberta inédita no mundo

Cientistas identificaram tubarão-bagre com duas cabeças, corações, estômagos, esôfagos e rins e apenas um intestino.

Pesquisadores do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, participaram de uma descoberta inédita no mundo: um tubarão-bagre com duas cabeças, dois corações, estômagos, esôfagos e rins e apenas um intestino. A pesquisa, liderada por Edris Queiroz e Luana Felix, cientistas do Instituto de Biologia Marinha e Meio Ambiente de Peruíbe, traz novos avanços para ciência e pode ser o início de um processo de descoberta de possíveis causas para essa anomalia. 

De acordo com o pesquisador do IP, Alberto Amorim, o tubarão-bagre foi encontrado no oceano por pescadores de arrasto de camarão-sete-barbas. O animal neonato, ou seja, recém-nascido, foi levado pelos pescadores ao Instituto de Biologia Marinha e Meio Ambiente e os pesquisadores do IP foram chamados para fazer a identificação correta da espécie. 

“O Instituto de Pesca tem longa expertise na identificação de espécies. Esse é um trabalho complexo, que precisa ser feito com muito cuidado. Anomalias desse tipo ocorrem ou podem ocorrer em diversos tipos de peixe ou tubarão. Na minha tese de doutorado, defendida em 1992, já havia identificado um embrião de tubarão-azul também com duas cabeças. Mas esta é a primeira vez que vemos um tubarão-bagre com essa característica”, conta Amorim. O trabalho também contou com Eduardo Malavasi, professor do Instituto Laje Viva, Projeto Mantas do Brasil. 

Ao todo, o Instituto de Pesca já realizou mais de 20 novos registros de espécies de peixes e tubarões encontradas no Oceano Atlântico. Quase a totalidade delas, porém, não tinha nenhuma anomalia. “Temos diversos alunos que nos ajudam nesse trabalho. Iniciei pesquisas nessa área em janeiro 1974. Ao todo, eu e meus alunos já fizemos mais de 35 viagens com barcos de pesca industrial para realizarmos pesquisas e publicamos cerca de 150 publicações científicas a respeito”, conta.

Fonte: https://www.portaldoagronegocio.com.br/