A capital do Mato Grosso recebeu centenas de piscicultores, empresários, estudantes e pesquisadores da área aquícola. Todos reunidos para a III Feira Nacional de Peixes Nativos de Água Doce e III Seminário de Tendências e Tecnologias na Piscicultura. O auditório ficou lotado no primeiro dia de evento, cerca de 450 pessoas estiveram presentes com caravanas vindas de diversos estados, como Goiás, Acre, Mato Grosso do Sul e incluindo também do Distrito Federal. Todos ávidos por conhecimento!
O evento é um dos maiores da região e é realizado pelo Sebrae-MT com apoio da Associação dos Aquicultores do estado do Mato Grosso (Aquamat). Desde 2005 o Sebrae apoia diretamente o desenvolvimento do setor aquícola no estado. Hermes Martins da Cunha, presidente do conselho deliberativo do Sebrae no estado, fez a abertura do evento e enfatizou que o Mato Grosso é reconhecido mundialmente como celeiro de grãos, tecnologias e agora se volta para a produção de peixes. “Partimos para um outro nicho de negócio”.
O estado tem cerca de 2 mil piscicultores e gera mais de 4 mil empregos, segundo dados da Aquamat. De acordo com Hermes, o Sebrae vai continuar dando total apoio a essa atividade, no sentido de apoiar, capacitar, levar informações e acessar mercados. “Convido a todos para fisgar esse grande negócio”, concluiu. Atualmente, segundo dados da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Mato Grosso é o 4° estado que mais produz peixes no país, com 62 mil toneladas em 2017.
Um dos enfoques do evento é o processamento do pescado, sendo assim, na abertura foi lançado o Manual Técnico para Regularização do Processamento de Pescado no Estado do Mato Grosso.
Segundo Daniel, presidente da Aquamat, o manual já está auxiliando para que novos frigoríficos se instalem no estado e consigam se regularizar com a obtenção dos selos de inspeção.
O Manual foi elaborado a partir de uma demanda do setor e por intermédio da associação formaram uma comitiva com representantes de diversos órgãos, incluindo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso, para visitar frigoríficos do município de Toledo, no oeste do Paraná.
A visita teve o objetivo de buscar mais informações e esclarecimento sobre o funcionamento de um frigorífico de pescado. Após a visita e diversas reuniões, foi definido uma planta frigorífica padrão que iria atender as reais necessidades da atividade no estado, mantendo os compromissos ambientais e sanitários. Essas informações foram então compiladas e disponibilizadas nesse Manual, produzido por meio da contribuição de diversas instituições, que estará acessível também de forma online em breve.
PALESTRAS
Todas as palestras do dia tiveram relevância e puderam somar no aprendizado de todos os participantes, em especial para os produtores que se fizeram presentes em grande número. Isso demonstra o interesse pelo conhecimento e novas tecnologias, que terá consequentemente reflexo na produção.
Fernando Kubitza falou sobre redução de desperdícios na piscicultura, deixando como mensagem os “deveres de casa” que os produtores devem levar para alcançar e aumentar a margem de lucro na produção, como planejamento com foco no mercado, identificar problemas, desperdícios e suas causas, adequação da infraestrutura e equipamentos, como aeradores, ainda pouco utilizado na região, capacitação da equipe, cuidados com desperdício de água, entre outros.
Na parte da manhã as palestras seguiram com o Dr. Santiago Benites de Pádua, especialista em sanidade de peixes nativos e Carmen Omizolo, da piscicultura Hi Fish comentando um pouco sobre como explorar o turismo rural aliado a piscicultura. No período da tarde representantes da Embrapa falaram sobre pesquisas da instituição a respeito da sustentabilidade econômica da agroindústria de pescado, gerenciamento hídrico no processamento de peixes e ocorrência e medidas para mitigar a Salmonella spp. em peixes. O presidente da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, Eduardo Ono, palestrou sobre os desafios e oportunidades da indústria do pescado, enfatizando que o setor produtivo deve prestar mais atenção em “como” e “o que” o consumidor final quer.
Após as palestras de cada período houve espaço para perguntas, e as diversas dúvidas aos poucos iam sendo sanadas pelos palestrantes.
GASTRONOMIA
Não bastasse a presença de diversos restaurantes instalados em food trucks oferecendo almoço a base de peixes nativos, houve também uma apresentação do chef Marcelo Furuti, com receitas práticas e diversificadas com peixes locais. Teve sashimi de tambatinga, escondidinho de pintado, pirarucu enrolado na folha de bananeira e matrinxã empanada na farinha d’água servida ao molho agridoce.
FEIRA DE EXPOSIÇÃO
Ao meio dia foi aberta a Feira de Exposição, com estandes e produtos de diversas empresas, incluindo Trevisan Equipamentos, Têxtil Sauter e EngePesca. De acordo com os expositores o movimento está superando as expectativas.
O segundo dia de evento acontece nesse dia 14 e promete ser mais um dia de muito conhecimento, troca de informações e negócios firmados.
Fonte: http://www.aquaculturebrasil.com