Com altas taxas de desemprego, profunda exploração dos recursos marinhos e milhares de pessoas vulneráveis, um grupo de mulheres solteiras e sem emprego de Zanzibar, na África, encontrou na criação de esponjas marinhas uma forma de ganhar dinheiro. No entanto, a prática além de tudo tem ajudado a salvar centenas de espécies de peixes da região.
A iniciativa é organizada pela Marine Cultures, uma pequena organização sem fins lucrativos, que decidiu empregar mães desempregadas e solteiras em 4 fazendas de esponjas marinhas. Desta maneira, estas mulheres garantem o seu sustento através de um trabalho inovador e sustentável.
Agricultura de esponjas
A população vulnerável de Zanzibar costumava criar algas para obter renda, mas a prática foi interrompida diversas vezes devido à pragas e o preço no mercado era cada vez mais desvalorizado. Foi então que surgiu a ideia de salvar os meios de subsistência desses agricultores através da criação de esponjas do mar.
Além de beneficiar ambientalmente uma área fortemente degradada, a iniciativa viu na cultura de esponjas uma alternativa sustentável, acessível e com mais oportunidades de mercado. “A aquicultura de esponjas foi identificada como uma alternativa adequada à agricultura de algas marinhas que promete rendimentos substancialmente mais altos”, explica Christian Vaterlaus, da Marine Cultures.
Segundo ele, a ideia surgiu depois de uma viagem ao sudeste asiático e ao Pacífico, quando membros da equipe conheceram uma organização que trabalha com membros da comunidade para cultivar esponjas marinhas e invertebrados com materiais e métodos sustentáveis e extremamente baratos.
Esponjas do mar no cotidiano
Você deve estar se perguntando o porquê do cultivo de esponjas do mar, mas saiba que elas são muito usadas para remover maquiagem, tintas de modo geral e até mesmo em bebês e pessoas com pele sensível. Anti-alérgicas e 100% naturais, elas são recomendadas por dermatologistas do mundo todo.
Desde que a iniciativa surgiu em 2009, eles começaram a testar mais de 120 espécies de esponjas para encontrar uma que não fosse apenas adequada para uso cosmético, mas também sustentável e inofensiva ao meio ambiente.
Depois de anos de testes, hoje a organização não somente exporta esponjas do mar para o mundo inteiro, como desde 2014 começaram a cultivar também corais, que são usados em aquários.
Alimentando famílias
Vaterlaus afirma que cada fazenda pode alimentar de 2 a 3 famílias grandes, enquanto 3 novas fazendas podem são lançadas a cada ano. Segundo ele, uma fazenda de esponjas pode ser iniciada com pouco esforço, enquanto capacita mulheres locais a aprender as habilidades de um pescador, biólogo marinho, comerciante, empresário, nadador e agricultor de uma só vez.
Mulheres empregadas
A iniciativa vem dando oportunidades à inúmeras mulheres, que hoje são independentes, aprenderam novas habilidades e podem sustentar seus filhos. Uma delas é Shemsa: “Graças ao meu treinamento, posso alimentar minha família, construir minha própria casa e ter eletricidade. Talvez nunca alcancemos todos os nossos objetivos, mas já atingi metade dos meus”, explica orgulhosa de sua ocupação.
Shemsa passou a vida nadando entre esponjas do mar, mas descobriu recentemente que elas podem ser a chave que faltava para que ela pudesse levar uma vida mais digna e confortável!
Fonte: https://razoesparaacreditar.com