Nordeste gera investimentos em piscicultura

Nordeste gera investimentos em piscicultura
Imagem meramente ilustrativa

O Nordeste tem água, clima e incentivos tributários para atrair empreendedores de outras regiões à produção de peixes, especialmente tilápia, tambaqui, ostra e camarão. Investidores que podem ir de São Paulo, estado que atravessa uma das piores crises hídricas da sua história.

“Temos clima e água para assegurar a produção de peixe e grande mercado consumidor, tanto local quanto por conta do turismo”, diz a coordenadora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na Paraíba, Maria Lúcia Alves.

Fomento

De acordo com a executiva, a organização está engajada com o fomento da piscicultura na região.

“Há um forte trabalho do Sebrae em termos de políticas públicas para assegurar um ambiente favorável aos empreendedores que pretendam investir na atividade”, acrescenta a coordenadora do Congresso AquiNordeste, Liza Bádue. Para elas, estes investimentos têm retorno atrativo. Gira em torno de 20% a 30% entre sete meses a um ano, para tilápia, tambaqui e ostra, enquanto camarão é até 100% no espaço de três meses.

Maria Lúcia também é coordenadora regional do Projeto AquiNordeste, nome de uma iniciativa orçada em R$ 6,2 milhões que pretende mudar a imagem da região. Em vez da seca, a ideia é enaltecer o potencial para a atividade.

As coordenadoras aconselham os investimentos porque, além de tudo, os empreendedores ainda poderão desfrutar das belas praias do Nordeste.

Aquicultura no Brasil

Apesar de possuir a maior reserva de água doce do mundo, o Brasil ainda conta com uma baixa produção de pescados. De acordo com dados do Ministério da Pesca e Aquicultura, o País produz cerca de dois milhões de toneladas do produto. O consumo nacional per capita é de apenas nove quilos por ano, bem abaixo da média mundial, que é de 17 quilos por habitante, e dos 12 quilos recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Um estudo elaborado por técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostra que uma elevação da demanda nacional para os patamares recomendados pela OMS representaria um acréscimo de 5,7 milhões de toneladas. Atualmente, o Brasil importa em torno de 209 mil toneladas de pescado, gerando um déficit para a balança comercial de mais de US$ 400 milhões.

Evento

A partir de ontem teve início o I Congresso do Projeto AquiNordeste, evento que vai até o próximo dia 21 em Alagoas, reunindo as melhores experiências de oito dos nove estados da região, além de palestrantes internacionais vindos de países como Israel, Colômbia e Chile.

“Esse é um projeto coletivo, agregador, em benefício do pequeno produtor. A meta é aumentar a produção, mas com a tecnologia adequada e de forma eficiente”, afirma a coordenadora nacional de Pesca e Aquicultura do Sebrae, Newman Costa, órgão promotor do evento, que tem o objetivo de disseminar o conhecimento sobre as novas técnicas voltadas para o setor aquícola e a troca de experiências.

Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br