O nome “Jundiá” é utilizado popularmente para diversas espécies de peixes, mas aqui a utilizaremos para a espécie Rhamdia quelen. Sob o nome científico Rhamdia quelen, ou para nós, simplesmente jundiá, estão diversas subespécies ainda não bem estudadas pela ciência, mas conhecidas por muitos pescadores.
Distribui-se por boa parte da América do Sul, e portanto, em quase todas as bacias hidrográficas. Segundo alguns destes pescadores de observação mais acurada, “em vários locais, há mais de um tipo de jundiá, e eles são diferentes na aparência, tamanho, coloração, etc., e até no comportamento”. Certo é porém, que são espécies ou subespécies geográficas, que embora semelhantes na aparência, constituem grupos genéticos diferentes.
Este grupo chamado Rhamdia quelen, promete bons ganhos econômicos em piscicultura, já por apresentar carne saborosa e com poucos espinhos, velocidade de crescimento, resistência à condições comuns de cultivo, mas também por sua produção ser relativamente barata e portanto competitiva com outras carnes.
Infelizmente, a ciência não está conseguindo acompanhar a velocidade dos acontecimentos econômicos, e muito da sua variabilidade genética na natureza está sendo perdida. Ocorre natural e preferentemente em águas correntes, mas eventualmente até se reproduz em açudes. Seu corpo é revestido de couro, apresentando uma longa nadadeira adiposa. A coloração varia com a subespécie, indo do pardo à diversos tons de cinza, mas em geral com o ventre mais claro. Alcança normalmente cerca de 40 cm de comprimento, e até 2 Kg.
Comportamento reprodutivo
No período reprodutivo, que ocorre na primavera e começo do verão, podem ser eventualmente observadas significativas aglomerações desta espécie em certos locais, geralmente baixios correntosos, especialmente onde haja um obstáculo fortemente correntoso e pedregoso a ser vencido em seus deslocamentos reprodutivos.
Comportamento alimentar
Pode se alimentar em todas as horas do dia, mas prefere a noite, notadamente em rios com águas mais transparentes. Parece haver uma distinção comportamental por faixa etária, pois de dia são capturados mais comumente os menores, e à noite os maiores. Come peixes, minhocas, larvas, crustáceos, etc.
Quando em repouso, ficam escondidos: entre pedras, galhos submersos, tocas de cascudo abandonadas, na folharada que se deposita nos locais mais profundos, de água mais lenta e com rebojos remansosos.
Se está com fome, e a água com boa temperatura, basta que sinta o cheiro de alimento caindo na água, que já saem rente ao chão e barrancos, em sua procura. Peixes de orientação olfativa, como os que tem “bigodes” longos, andam preferentemente restes ao fundo e rentes às paredes do barranco como se fossem o fundo, com seus bigodes para frente e para os lados, fazendo uma varredura olfativa e tátil nas superfícies.
Fonte: http://www.aquiculturabrasil.com/